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Ataque a mesquita mata 36 no Paquistão
Atentado é último de série de ações terroristas iniciada em outubro em represália a ofensiva anti-Taleban
DA REDAÇÃO
Um atentado terrorista contra uma mesquita na cidade paquistanesa de Rawalpindi
-poucos quilômetros ao sul da
capital, Islamabad, e sede do
Exército do país- deixou ontem ao menos 36 mortos. O ataque, o terceiro na cidade em
menos de dois meses, soma-se
a uma onda de ações terroristas
que matou 400 desde outubro.
Segundo relatos, ao menos
quatro terroristas entraram no
perímetro usualmente restrito
a oficiais militares e familiares,
invadiram a mesquita, abriram
fogo e lançaram granadas, antes de dois deles detonarem explosivos que levavam no corpo.
Os outros dois insurgentes
morreram durante troca de tiros com forças de segurança
que durou cerca de uma hora.
Emissoras locais disseram, porém, que o ataque foi realizado
por sete homens, sendo que
três teriam fugido no tiroteio.
Após o ataque, a mesquita
-seriamente danificada e com
as paredes cobertas de sangue- foi isolada, enquanto três
helicópteros sobrevoavam o local supostamente à procura de
eventuais terroristas fugitivos.
Entre as vítimas do atentado,
que deixou ainda 45 feridos, estavam ao menos seis militares e
17 crianças. Na hora do ataque,
cerca de 200 fiéis se encontravam na mesquita -nos arredores do quartel que fora alvo, em
outubro, de tomada de reféns
por nove terroristas durante 22
horas que deixou 14 mortos.
"Eles estavam matando pessoas como animais. Eu não
conseguia entender o que estava acontecendo", disse Nasir
Ali Sheikh, que presenciou o
ataque. "Logo que acabamos as
preces, ouvi um estouro e tiros.
Vi feridos estendidos no chão",
afirmou Bakhtawar Hussain.
Ainda segundo uma TV local,
o ataque foi reivindicado pelo
Taleban paquistanês, que lidera a nova onda de ataques pelo
país em represália à ofensiva
militar de Islamabad contra
bastiões insurgentes na região
fronteiriça com o Afeganistão.
Ofensiva anti-Taleban
Desde meados de outubro, o
Paquistão promove operação
contra os insurgentes no Waziristão do Sul, onde acredita-se
que esteja a cúpula insurgente
no país, após a tomada no primeiro semestre da região do vale do Swat -quando confrontos
provocaram deslocamentos de
mais de 2 milhões de pessoas.
Islamabad sofre pressões dos
EUA para combater o Taleban
abrigado em seu território, que
lança ataques contra as forças
ocidentais no Afeganistão minando os esforços de estabilização do vizinho paquistanês. Cabul sofre atualmente com o recrudescimento da insurgência.
O governo do presidente Asif
Ali Zardari -contestado internamente pela violência decorrente das operações militares-
teme agora que o reforço de
tropas no Afeganistão anunciado nessa semana pelos EUA
provoque a fuga de insurgentes
para o Paquistão, dificultando
os atuais esforços do país.
Com agências internacionais
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