São Paulo, sábado, 05 de dezembro de 2009

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Ataque a mesquita mata 36 no Paquistão

Atentado é último de série de ações terroristas iniciada em outubro em represália a ofensiva anti-Taleban

DA REDAÇÃO

Um atentado terrorista contra uma mesquita na cidade paquistanesa de Rawalpindi -poucos quilômetros ao sul da capital, Islamabad, e sede do Exército do país- deixou ontem ao menos 36 mortos. O ataque, o terceiro na cidade em menos de dois meses, soma-se a uma onda de ações terroristas que matou 400 desde outubro.
Segundo relatos, ao menos quatro terroristas entraram no perímetro usualmente restrito a oficiais militares e familiares, invadiram a mesquita, abriram fogo e lançaram granadas, antes de dois deles detonarem explosivos que levavam no corpo.
Os outros dois insurgentes morreram durante troca de tiros com forças de segurança que durou cerca de uma hora. Emissoras locais disseram, porém, que o ataque foi realizado por sete homens, sendo que três teriam fugido no tiroteio.
Após o ataque, a mesquita -seriamente danificada e com as paredes cobertas de sangue- foi isolada, enquanto três helicópteros sobrevoavam o local supostamente à procura de eventuais terroristas fugitivos.
Entre as vítimas do atentado, que deixou ainda 45 feridos, estavam ao menos seis militares e 17 crianças. Na hora do ataque, cerca de 200 fiéis se encontravam na mesquita -nos arredores do quartel que fora alvo, em outubro, de tomada de reféns por nove terroristas durante 22 horas que deixou 14 mortos.
"Eles estavam matando pessoas como animais. Eu não conseguia entender o que estava acontecendo", disse Nasir Ali Sheikh, que presenciou o ataque. "Logo que acabamos as preces, ouvi um estouro e tiros. Vi feridos estendidos no chão", afirmou Bakhtawar Hussain.
Ainda segundo uma TV local, o ataque foi reivindicado pelo Taleban paquistanês, que lidera a nova onda de ataques pelo país em represália à ofensiva militar de Islamabad contra bastiões insurgentes na região fronteiriça com o Afeganistão.

Ofensiva anti-Taleban
Desde meados de outubro, o Paquistão promove operação contra os insurgentes no Waziristão do Sul, onde acredita-se que esteja a cúpula insurgente no país, após a tomada no primeiro semestre da região do vale do Swat -quando confrontos provocaram deslocamentos de mais de 2 milhões de pessoas.
Islamabad sofre pressões dos EUA para combater o Taleban abrigado em seu território, que lança ataques contra as forças ocidentais no Afeganistão minando os esforços de estabilização do vizinho paquistanês. Cabul sofre atualmente com o recrudescimento da insurgência.
O governo do presidente Asif Ali Zardari -contestado internamente pela violência decorrente das operações militares- teme agora que o reforço de tropas no Afeganistão anunciado nessa semana pelos EUA provoque a fuga de insurgentes para o Paquistão, dificultando os atuais esforços do país.

Com agências internacionais



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