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Obama afirma que não irá intervir em negociações
Ao comentar conflito pela 1ª vez, democrata diz que "não pode haver duas vozes dos EUA"
Silêncio sobre situação em Gaza de presidente eleito, que toma posse em duas semanas, tem motivado críticas internas e externas
DA REDAÇÃO
O presidente eleito dos EUA,
Barack Obama, foi lacônico ao
comentar ontem -pela primeira vez desde o início da ofensiva
militar israelense, há 11 dias-,
a situação na faixa de Gaza.
Obama afirmou estar recebendo relatórios diários sobre o
conflito, se disse "preocupado"
com a situação, mas ressaltou
que não intervirá nas "delicadas negociações" diplomáticas
em andamento. "Não pode haver duas vozes vindo dos EUA",
disse o presidente eleito.
Obama vem sofrendo críticas
da esquerda norte-americana e
do mundo árabe por seu silêncio sobre o conflito em Gaza,
que estourou enquanto ele desfrutava férias no Havaí. O chanceler palestino, Riad Malki, por
exemplo, lembrou que o democrata não tardou em condenar
os ataques terroristas a Mumbai, em novembro.
Mas as declarações de ontem
indicam que Obama deve manter a posição neutra até assumir a Casa Branca, no dia 20.
"Este é o momento ideal para
Israel conduzir essas ações e é
bom tanto para a equipe de
Obama quanto para o governo
Bush. A transição nos EUA serve como cobertura para Israel
fazer o que precisa fazer", disse
ao "Financial Times" David
Rothkopf, que trabalhou na
equipe de segurança nacional
de Bill Clinton (1993-2001).
Bush, que já havia expressado por meio de porta-vozes seu
apoio a Israel, também fez ontem suas primeiras declarações
públicas sobre o conflito, pelo
qual responsabilizou o Hamas.
"Em lugar de se preocupar
com as condições de vida da população em Gaza, o Hamas optou por usar o território para
lançar foguetes para matar a
inocentes. Por isso, Israel decidiu proteger os seus cidadãos."
Bush disse que o cessar-fogo
depende do fim dos disparos do
Hamas. "É claro que gostaríamos que cessasse a violência,
mas não sem que antes haja um
acordo que impeça que se repitam os ataques do Hamas."
A atuação dos EUA em prol
do cessar-fogo tem sido vista
até aqui como tímida. Enquanto o presidente da França, Nicolas Sarkozy, iniciou ontem
tour pelo Oriente Médio, a Casa
Branca reiterou que não há planos de visita à região nem sequer da secretária de Estado,
Condoleezza Rice.
Com agências internacionais
e o "Financial Times"
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