São Paulo, terça-feira, 06 de janeiro de 2009

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Obama afirma que não irá intervir em negociações

Ao comentar conflito pela 1ª vez, democrata diz que "não pode haver duas vozes dos EUA"

Silêncio sobre situação em Gaza de presidente eleito, que toma posse em duas semanas, tem motivado críticas internas e externas

DA REDAÇÃO

O presidente eleito dos EUA, Barack Obama, foi lacônico ao comentar ontem -pela primeira vez desde o início da ofensiva militar israelense, há 11 dias-, a situação na faixa de Gaza.
Obama afirmou estar recebendo relatórios diários sobre o conflito, se disse "preocupado" com a situação, mas ressaltou que não intervirá nas "delicadas negociações" diplomáticas em andamento. "Não pode haver duas vozes vindo dos EUA", disse o presidente eleito.
Obama vem sofrendo críticas da esquerda norte-americana e do mundo árabe por seu silêncio sobre o conflito em Gaza, que estourou enquanto ele desfrutava férias no Havaí. O chanceler palestino, Riad Malki, por exemplo, lembrou que o democrata não tardou em condenar os ataques terroristas a Mumbai, em novembro.
Mas as declarações de ontem indicam que Obama deve manter a posição neutra até assumir a Casa Branca, no dia 20.
"Este é o momento ideal para Israel conduzir essas ações e é bom tanto para a equipe de Obama quanto para o governo Bush. A transição nos EUA serve como cobertura para Israel fazer o que precisa fazer", disse ao "Financial Times" David Rothkopf, que trabalhou na equipe de segurança nacional de Bill Clinton (1993-2001).
Bush, que já havia expressado por meio de porta-vozes seu apoio a Israel, também fez ontem suas primeiras declarações públicas sobre o conflito, pelo qual responsabilizou o Hamas.
"Em lugar de se preocupar com as condições de vida da população em Gaza, o Hamas optou por usar o território para lançar foguetes para matar a inocentes. Por isso, Israel decidiu proteger os seus cidadãos."
Bush disse que o cessar-fogo depende do fim dos disparos do Hamas. "É claro que gostaríamos que cessasse a violência, mas não sem que antes haja um acordo que impeça que se repitam os ataques do Hamas."
A atuação dos EUA em prol do cessar-fogo tem sido vista até aqui como tímida. Enquanto o presidente da França, Nicolas Sarkozy, iniciou ontem tour pelo Oriente Médio, a Casa Branca reiterou que não há planos de visita à região nem sequer da secretária de Estado, Condoleezza Rice.

Com agências internacionais e o "Financial Times"



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