São Paulo, quarta-feira, 06 de janeiro de 2010

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Iêmen diz ter ampliado ataques contra terroristas

Casa Branca externa satisfação e anuncia reabertura parcial de embaixada, mas crescem sinais de fricção entre Washington e Sanaa

DA REDAÇÃO

Autoridades do Iêmen anunciaram ontem ter lançado ataques em várias frentes contra supostos alvos da rede terrorista Al Qaeda, num aparente esforço para dissipar temores internacionais de que a fragilidade do governo de Sanaa está transformando o país num santuário de grupos terroristas.
A Casa Branca se disse satisfeita com as manobras antiterror do governo iemenita, lançadas há alguns dias e que resultaram anteontem na morte de dois membros da Al Qaeda.
EUA, Reino Unido e França anunciaram ontem a reabertura parcial de suas embaixadas em Sanaa, fechadas por temores de atentados.
Segundo fontes de segurança iemenitas, centenas de soldados participam de campanha contra a rede sunita Al Qaeda em três províncias rebeldes -Shabwa, Abyan e Maarib- onde a organização terrorista teria costurado alianças com lideranças tribais locais.
É nessas áreas remotas que, segundo analistas, se radicaram militantes islâmicos extremistas de toda a região, atraídos pela ausência do Estado.
A polícia afirmou que operações também estão em andamento nos arredores da capital. Há relatos, não confirmados oficialmente, de confrontos na frente anti-insurgentes xiitas, no norte. Rebeldes afirmaram que dois civis morreram em bombardeios sauditas orquestrados com o governo de Sanaa.
Autoridades do Iêmen anunciaram que as operações resultaram até agora na prisão de cinco membros da Al Qaeda.
Apesar de os EUA terem elogiado a operação antiterror do Iêmen, crescem os sinais de fricção entre os dois países, aliados que sempre mantiveram relação ambígua.
Sanaa deixou claro ontem que não gostou do fechamento da embaixada americana, visto como uma prova de que a Casa Branca não confia na capacidade iemenita de garantir a segurança das representações estrangeiras no país.
Rebatendo acusações de debilidade, o governo de Sanaa vem martelando que controla a situação. "Não há o que temer por parte de qualquer ameaça terrorista", disse ontem o Ministério do Interior, citando as drásticas medidas de segurança adotadas no país.
Na véspera, Sanaa rejeitara alegações de Washington qualificando o Iêmen de ameaça para a segurança global.
A Casa Branca chegou a pedir abertamente ao Iêmen mais empenho na luta contra extremistas. No centro da cobrança está o histórico de leniência de Sanaa com alguns grupos sunitas radicais locais que podem ter se transformado em sustentáculo para a Al Qaeda.
Autoridades do Iêmen, embora aceitem com entusiasmo a ajuda militar e financeira dos EUA, não abrem mão de ter o total controle das operações contra extremistas.
Sanaa teme ser acusado pela população iemenita, dominada por um forte sentimento antiamericano, de servir a supostos interesses anti-islâmicos.


Com agências internacionais


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