|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Iêmen diz ter ampliado ataques contra terroristas
Casa Branca externa satisfação e anuncia reabertura parcial de embaixada, mas crescem sinais de fricção entre Washington e Sanaa
DA REDAÇÃO
Autoridades do Iêmen anunciaram ontem ter lançado ataques em várias frentes contra
supostos alvos da rede terrorista Al Qaeda, num aparente esforço para dissipar temores internacionais de que a fragilidade do governo de Sanaa está
transformando o país num santuário de grupos terroristas.
A Casa Branca se disse satisfeita com as manobras antiterror do governo iemenita, lançadas há alguns dias e que resultaram anteontem na morte de
dois membros da Al Qaeda.
EUA, Reino Unido e França
anunciaram ontem a reabertura parcial de suas embaixadas
em Sanaa, fechadas por temores de atentados.
Segundo fontes de segurança
iemenitas, centenas de soldados participam de campanha
contra a rede sunita Al Qaeda
em três províncias rebeldes
-Shabwa, Abyan e Maarib-
onde a organização terrorista
teria costurado alianças com lideranças tribais locais.
É nessas áreas remotas que,
segundo analistas, se radicaram militantes islâmicos extremistas de toda a região, atraídos pela ausência do Estado.
A polícia afirmou que operações também estão em andamento nos arredores da capital.
Há relatos, não confirmados
oficialmente, de confrontos na
frente anti-insurgentes xiitas,
no norte. Rebeldes afirmaram
que dois civis morreram em
bombardeios sauditas orquestrados com o governo de Sanaa.
Autoridades do Iêmen anunciaram que as operações resultaram até agora na prisão de
cinco membros da Al Qaeda.
Apesar de os EUA terem elogiado a operação antiterror do
Iêmen, crescem os sinais de
fricção entre os dois países,
aliados que sempre mantiveram relação ambígua.
Sanaa deixou claro ontem
que não gostou do fechamento
da embaixada americana, visto
como uma prova de que a Casa
Branca não confia na capacidade iemenita de garantir a segurança das representações estrangeiras no país.
Rebatendo acusações de debilidade, o governo de Sanaa
vem martelando que controla a
situação. "Não há o que temer
por parte de qualquer ameaça
terrorista", disse ontem o Ministério do Interior, citando as
drásticas medidas de segurança
adotadas no país.
Na véspera, Sanaa rejeitara
alegações de Washington qualificando o Iêmen de ameaça
para a segurança global.
A Casa Branca chegou a pedir
abertamente ao Iêmen mais
empenho na luta contra extremistas. No centro da cobrança
está o histórico de leniência de
Sanaa com alguns grupos sunitas radicais locais que podem
ter se transformado em sustentáculo para a Al Qaeda.
Autoridades do Iêmen, embora aceitem com entusiasmo a
ajuda militar e financeira dos
EUA, não abrem mão de ter o
total controle das operações
contra extremistas.
Sanaa teme ser acusado pela
população iemenita, dominada
por um forte sentimento antiamericano, de servir a supostos
interesses anti-islâmicos.
Com agências internacionais
Texto Anterior: UE vai debater uso de scanner em aeroporto Próximo Texto: Al Qaeda busca fazer do Iêmen seu refúgio Índice
|