São Paulo, quinta-feira, 06 de janeiro de 2011 |
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Clérigo xiita radical retorna ao Iraque Anti-Ocidente, Moqtada al Sadr encerra período de três anos no Irã para chefiar facção cada vez mais influente Reconciliação com premiê Maliki permite regresso do líder, que tem relação estreita com governo iraniano MARTIN CHULOV DO "GUARDIAN" O clérigo xiita Moqtada al Sadr, líder do movimento sadrista, retornou ontem ao Iraque após três anos exilado no vizinho Irã e meses após ter usado seu peso político para ajudar a compor um novo governo iraquiano. O clérigo, um militante anti-Ocidente, chegou de tarde à cidade sagrada de Najaf sem alarde nem anúncio. Mas a notícia se espalhou rapidamente pelos bastiões xiitas em todo o país, que permaneceram leais a Sadr no tempo de exílio. As ruas de Cidade Sadr e outros bairros na área leste de Bagdá estavam calmos até o fechamento desta edição, embora muitos moradores tenham agitado bandeiras e tocado o hino do Exército Mahdi, que foi uma força dominante na brutal guerra sectária de 2006 e 2007. Sadr havia prometido não voltar ao Iraque antes da retirada das tropas americanas. Cerca de 45 mil soldados dos EUA permanecem no Iraque, mas apenas uma pequena quantidade ainda está envolvida em missões de combate e todos são subordinados ao governo iraquiano. A diminuição do poder americano no país invadido há quase oito anos, conjugado à volta do protagonismo político para os sadristas, parecem ter sido suficientes para convencer Sadr a voltar a Najaf, de onde havia fugido em 2004, esquivando um cerco americano à cidade. O bloco sadrista conquistou 39 cadeiras no novo Parlamento e recebeu oito ministérios do premiê Nuri al Maliki, cuja manutenção no cargo só foi possível graças ao apoio de Sadr, mediado pelo seu hóspede, o Irã. O apoio dos sadristas a Maliki surgiu após dois anos de agressiva inimizade entre os dois homens. O premiê enviou tropas para combater o Exército Mahdi e emitiu mandado de prisão contra Sadr. Desde o acordo mediado pelo Irã em setembro que permitiu pôr fim à hostilidade entre os dois líderes, diplomatas ocidentais e autoridades iraquianas se perguntam que exigências Sadr fez a Maliki em troca do apoio ao seu governo. O clérigo é amplamente visto como um dos personagens centrais da revigorada influência iraniana no Iraque, que coincide com a gradual retirada americana e diminuição do alcance diplomático de Washington. Especula-se em Bagdá que Sadr será usado para forçar uma mudança de poder no santuário de Najaf, onde o clérigo dominante, aiatolá Ali Sistani, vem travando disputa com mulás iranianos pela influência sobre os xiitas da região. Texto Anterior: Israel disse aos EUA que visava levar Gaza "à beira do colapso" Próximo Texto: Decisões arriscadas causaram vazamento de petróleo nos EUA Índice | Comunicar Erros |
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