São Paulo, quinta-feira, 06 de janeiro de 2011

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Candidata é acusada de comprar sua vaga em uma chapa no Peru

Em meio à crise, Carmen Núñez admite que pode deixar corrida

DE SÃO PAULO

Em meio a denúncias de que teria "comprado" sua vaga de vice na chapa de Luis Castañeda, favorito à Presidência no Peru, Carmen Rosa Núñez Acuña disse ontem que pode renunciar.
Questionada pela reportagem do jornal "Peru21", que fez a denúncia, Núñez admitiu a possibilidade de abandonar sua candidatura, quatro meses antes das eleições.
"Se o doutor [Castañeda] ou a comissão que vai investigar [o suposto pagamento] têm um inconveniente, o faria com prazer, mas não deixaria de apoiar".
A candidata foi acusada de ter pago 500 mil soles (cerca de R$ 300 mil) para integrar a chapa do partido conservador Solidariedade Nacional.
A suposta oferta é quase o dobro da contribuição permitida a um partido político no Peru numa campanha eleitoral, que é de cerca de 216 mil soles (R$ 128 mil) por ano.
O partido de Castañeda -ex-prefeito de Lima que conta com 23% das intenções de voto- apoiou Núñez e classificou as denúncias como "guerra suja".
Atrás do conservador estão o ex-presidente Alejandro Toledo, também com 23% dos votos, e a filha do ex-ditador Alberto Fujimori, a deputada Keiko Fujimori, com 20%.

CRISE
O diário diz ter recebido três conversas gravadas durante reuniões da candidata com associados.
"Há algumas partes que são verdadeiras e outras que foram editadas, em uma gravação claramente montada para prejudicar minha candidatura e a de Castañeda", disse Núñez anteontem.
Núñez é casada (mas está separada) com um dos principais colaboradores do candidato presidencial Pedro Pablo Kuczynski, que está em quinto lugar.
O secretário-geral do Solidariedade Nacional negou as acusações e pediu que o Ministério Público investigue.
"Castañeda a aceitou pelo dinheiro", disse o marido separado de Núñez e atual prefeito de Trujillo, César Acuña, que apoia Kuczynski.
Núñez disse que o marido e adversário político precisa de "ajuda psicológica".
A campanha presidencial para as eleições de 10 de abril é uma das mais disputadas e conturbadas dos últimos anos no Peru, e analistas preveem mais denúncias dos candidatos que lideram as pesquisas.


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