DA ASSOCIATED PRESS

Uma peregrinação xiita em Kerbala (centro do Iraque) foi alvo de atentado a bomba ontem -o terceiro da semana-, que deixou ao menos 40 mortos e 151 feridos.
A suspeita recai sobre a insurgência sunita, que inclui membros da Al Qaeda e antigos agentes do regime de Saddam Hussein, em aparente tentativa de reacender a violência sectária no país a um mês das eleições legislativas de 7 de março -vistas como cruciais para a conciliação entre xiitas e sunitas.
No total, os ataques mataram ao menos 117 xiitas iraquianos na semana, durante peregrinação anual para celebrar o feriado de Arbain.
Xiitas foram alvejados ontem também em Karachi, no Paquistão: a primeira explosão foi em uma procissão de Arbain; a segunda, em frente ao hospital onde eram tratados os feridos do ataque prévio. Suspeita-se de autoria da Al Qaeda. Houve ao menos 25 mortos.
Os ataques no Iraque ocorrem em meio a uma polêmica decisão da Justiça do país, que na quarta-feira reverteu o veto a quase 500 candidatos por suposto elo com o Partido Baath, de Saddam.
Estavam vetadas candidaturas tanto de sunitas (minoritários no país) quanto xiitas que poderiam rivalizar com o bloco do atual primeiro-ministro Nuri al Maliki, candidato à reeleição. O veto pode ser reaplicado após o pleito, se eventuais laços com o Baath forem provados.
A decisão judicial desagradou Maliki, mas é vista por EUA -que acordaram sair do Iraque no fim de 2011- e por analistas como fator positivo na estabilização iraquiana, já que pode prevenir boicotes eleitorais de sunitas, questionamentos à credibilidade do pleito e novos surtos de violência.


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