São Paulo, quinta-feira, 06 de março de 2008

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Brasil apóia comissão da OEA e critica EUA por "completo apoio" a Álvaro Uribe

LETÍCIA SANDER
FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Lula classificou ontem de "madura" a decisão da OEA de criar comissão para investigar o ataque da Colômbia contra as Farc no Equador. "Por mais soberano que seja um país, ele é soberano no seu território e não no território dos outros", disse Lula, ao chegar para um evento no Planalto, horas após receber em seu gabinete o presidente equatoriano Rafael Correa.
"Se a gente permite que isso continue acontecendo sem que haja uma ação em conjunto de todos os países, amanhã qualquer fronteira pode ser violada e as pessoas acham que não têm que dar explicação", afirmou.
Lula disse estar "torcendo e pedindo a Deus" para que a harmonia entre a Colômbia e o Equador logo se restabeleça. Segundo o presidente, projetos para fortalecer o Mercosul e outros mecanismos de integração, como o Banco do Sul, podem ser prejudicados se persistir a política de ingerência.
Preocupado com a "polarização" que a tensão entre Equador e Colômbia pode gerar na América Latina, o chanceler Celso Amorim criticou ontem a interferência dos Estados Unidos, que manifestaram na terça "completo apoio" ao presidente colombiano Álvaro Uribe.
"Acho que quanto mais mantivermos o problema no âmbito latino-americano mais chance teremos de resolver e evitar uma polarização", afirmou. A principal estratégia do governo brasileiro é não envolver países cuja tensão já é inerente às suas relações, como Estados Unidos e Venezuela.
Por isso, apesar de condenar a atitude colombiana, nos bastidores, atua para isolar o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, contrário a Uribe. Amorim criticou a elevação do tom de Correa -que, ao chegar no Brasil, chamou o governo Uribe de "canalha"-, mas avaliou que as três condições impostas pelo presidente para retomar as relações diplomáticas com a Colômbia são "razoáveis".


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