São Paulo, quinta-feira, 06 de março de 2008

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Depois de anos de rivalidade, Bush dá apoio a McCain

Jim Watson/France Presse
O presidente americano, George W. Bush, ensaia passos de dança para afungentar o frio de Washington enquanto espera a chegada de John McCain à Casa Branca

DA REDAÇÃO

Os anos de rivalidade não impediram o presidente dos EUA, George W. Bush, de oferecer com pompa ontem em Washington seu apoio ao colega republicano John McCain na disputa pela Casa Branca em 2008. "Quero que ele vença", disse o presidente a jornalistas, sem rodeios, após um almoço privado com o senador.
Mas foi só após a definição de McCain como candidato do partido que o presidente deu seu endosso. O senador foi consagrado depois de ultrapassar os 1.191 delegados necessários para a indicação com vitórias em Ohio, Texas, Vermont e Rhode Island anteontem e deve ser confirmado em convenção nacional em setembro.
A relativa demora possivelmente se deveu à percepção de que o apoio de Bush pode atrapalhar o candidato republicano. Mais de 61% dos norte-americanos desaprovam a gestão do atual presidente, segundo média de pesquisas calculadas pelo site "Real Clear Politics" no final de fevereiro. E Bush sabe disso: "Se McCain preferir, posso dizer que me oponho a ele", brincou ontem.
Mas a ironia tem fundo real. McCain e Bush passaram anos se confrontando politicamente. O senador foi desde o início um crítico contumaz da estratégia do governo na Guerra do Iraque (apesar de apoiar a ação), além de se posicionar contra Bush em temas como pesquisas com células tronco (que ele apóia e o presidente rejeita) e impostos (McCain votou contra os cortes propostos pelo governo em 2001 e 2003). Os dois ainda foram rivais nas prévias republicanas de 2000.
Ainda assim, nas últimas semanas, Bush iniciou uma série de elogios ao senador, visto como o único com chances de impedir a vitória democrata em novembro. O presidente defendeu as credenciais conservadoras de McCain contra os que o acusam de ter tendências esquerdistas no campo social, recebendo em troca recuos do senador em pontos de conflito.
Além da aproximação com a ala conservadora do partido, Bush também poderá ajudar McCain dando impulso à arrecadação de fundos. A campanha do senador passou por dificuldades tão severas em 2007 que foi considerada morta e ele teve de fazer empréstimos.


Com agências internacionais


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