MATTHEW GREEN
DA REUTERS

Um comandante dos marines americanos afirmou ontem que soldados dos EUA, se ordenados a invadir Bagdá, usarão força total para aniquilar a resistência, o que deverá custar muitas vidas civis.
"Não vamos entrar na cidade na ponta dos pés. Cada vez que entrarmos, será um soco para nocauteá-los", afirmou o capitão dos marines Matt Watt, comandante da companhia Lima, uma unidade de infantaria mecanizada treinada para guerra urbana.
"Vamos nos assegurar de que não há possibilidade de o inimigo resistir, entraremos atirando a cada vez", disse. "Temos de entrar à força, e, quando entramos à força, há muitos danos colaterais."
Nos últimos dias, o foco dos americanos tem sido a capital iraquiana, bombardeando instalações de comando e controle e atacando a Guarda Republicana.
Segundo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, várias centenas de feridos já foram admitidos em hospitais de Bagdá.
Watt afirmou que marines darão o melhor de si para evitar matar iraquianos que não estejam envolvidos nos combates, mas disse que uma batalha pela cidade inevitavelmente resultará em um grande número de mortes civis.
"É muito difícil para nós saber quem são os soldados e quem são os civis. Se vamos expulsar o inimigo, pode ser, infelizmente, à custa de muitas vidas civis."
Watt disse que, se soldados iraquianos atirarem de dentro de um prédio, por exemplo, os marines responderão com ataques aéreos e de artilharia -mesmo que haja civis dentro do edifício.
"Se começarmos a levar muitos tiros, simplesmente derrubaremos a área do prédio. Vamos destruí-la com fogo indireto e aéreo e tanques. Depois, entraremos com forças terrestres. Civis que optarem por não deixar o local morrerão no processo", afirmou ele.
Watt disse ter visto alguns milhares de pessoas saindo de Bagdá anteontem. "Há muitos deles se movimentando. Isso será um problema maior quando chegarmos mais perto da cidade", disse ele, acrescentando que forças iraquianas que se misturassem a civis deliberadamente seriam as culpadas por suas mortes.
Marines dizem que não encontraram as grandes formações de tropas iraquianas que estavam esperando ao redor da capital. "Elas abandonaram suas posições e desistiram ou recuaram para Bagdá, para um grande combate".
"Se Bagdá for como o resto do país, talvez haja mais uma semana [de guerra". Se houver uma força de tamanho razoável, ela pode levar semanas ou até meses."



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