DA REDAÇÃO

Em uma proposta que favorece a tentativa da oposição de realizar um referendo para abreviar o mandato de Hugo Chávez, a Junta Nacional Eleitoral, subordinada ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE), propôs o adiamento das eleições regionais na Venezuela, previstas para o início de agosto. A medida evitaria que as eleições para governador e prefeito coincidissem com uma eventual consulta pública contra o presidente venezuelano.
A proposta pressupõe que o referendo também seja realizado na primeira semana de agosto, mas a oposição corre contra o relógio e pressiona o CNE a decidir rapidamente sobre os procedimentos para a checagem de mais de 800 mil assinaturas colocadas sob suspeição pelo órgão eleitoral.
A oposição precisa revalidar ao menos 600 mil assinaturas para convocar o referendo. A oposição teme que a indefinição adie a decisão sobre o referendo até depois de 19 de agosto. Caso Chávez seja afastado após essa data, assume o vice-presidente em vez da convocação de eleições presidenciais.

Polêmica com a igreja
O presidente da Conferência Episcopal da Venezuela, Baltazar Porras, disse ontem que Chávez quer se transformar numa espécie de "grande guru e aiatolá do divino e do humano". Anteontem, o presidente venezuelano havia criticado na TV bispos que têm apoiado a oposição, chamando-os de "Judas".