São Paulo, quinta-feira, 06 de abril de 2006

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Premiê apela a católicos e evoca união entre gays

DA REDAÇÃO

O primeiro-ministro Silvio Berlusconi lançou ontem um apelo aos católicos italianos para que não votem nas eleições legislativas de domingo e segunda-feira nos seus adversários da oposição de centro-esquerda.
Em desvantagem de 3,5 a 5 pontos nas últimas pesquisas de divulgação autorizada, o premiê e líder do bloco de centro-direita afirmou que as esquerdas "têm projetos que afetam a família, que para nós é sagrada, porque fundamentada no casamento entre um homem e uma mulher".
Ele mencionava um suposto projeto -que o líder oposicionista Romano Prodi nega existir- de união entre homossexuais, semelhante ao aprovado pelo governo socialista da Espanha, que é um outro país tradicionalmente católico.
Berlusconi esteve ontem no centro de outro controvertido episódio eleitoral. Anunciou pela manhã ter aceito o "convite" para comparecer a um programa de entrevistas do Canal 5, que pertence ao grupo Mediaset, no qual ele possui quase 40% das ações.
A lei eleitoral permite que candidatos sejam entrevistados apenas se também forem convidados adversários seus. A Mediaset então enviou rápido convite a Romano Prodi, que se recusou a comparecer a uma emissora que, segundo levantamento do jornal "Corriere della Sera", praticou contra ele nítida discriminação.
Com a recusa de Prodi, o equivalente à Justiça Eleitoral cancelou a participação de Berlusconi, que acusou a oposição de querer "silenciá-lo". Em ato público do qual participou no período da tarde, disse ainda que seus adversários se "opõem às liberdades".
Prodi afirmou que uma entrevista arquitetada por subordinados de Berlusconi "seria uma grave violação da lei eleitoral".
O premiê de início afirmara que a lei seria respeitada, porque ele convidaria "jornalistas de esquerda". O presidente da Mediaset, Fedele Confalonieri, acusou a oposição de praticar a censura.


Com agências internacionais

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