São Paulo, terça-feira, 06 de abril de 2010

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Consulado dos EUA é atacado no Paquistão

Dupla explosão de carros-bomba, reivindicada pelo Taleban, deixa quatro mortos em Peshawar; outro atentado no país mata 45

Em Washington, Hillary Clinton diz que objetivo dos terroristas é enfraquecer o governo espalhando medo e discórdia entre a população

Faisal Mahmood/Reuters
Agentes paquistaneses fazem segurança de local de atentado com carros-bomba contra consulado americano em Peshawar

DA REDAÇÃO

No ataque mais direto contra missões diplomáticas dos EUA no Paquistão nos últimos quatro anos, dois carros-bomba explodiram ontem em frente ao consulado americano em Peshawar (norte), matando ao menos quatro pessoas.
O atentado ocorre após uma redução da violência no país desde o início do ano e ilustra a resistência dos insurgentes após ofensivas do Exército paquistanês e de forças americanas contra militantes.
No ataque, quatro homens -vestidos com uniformes das forças de segurança paquistanesas, segundo testemunhas- usaram dois veículos para tentar furar o bloqueio existente no edifício e detonar os explosivos no interior das instalações, mas não conseguiram.
A primeira explosão ocorreu em um posto de verificação localizado a cerca de 20 metros da entrada do consulado.
O segundo carro foi parado em uma outra barreira de segurança, a cerca de 15 metros da entrada. "O motorista não tinha outra opção que não explodir o veículo ali mesmo", afirmou o chefe de polícia de Peshawar, Liaquat Ali Khan.
As vítimas da dupla explosão são três seguranças paquistaneses e um civil. Os militantes também morreram.
O porta-voz do Taleban no Paquistão, Azam Tariq, assumiu a autoria do ataque. "Americanos são nossos inimigos. Fizemos o ataque contra o consulado e planejamos mais ataques como esse", disse.
Em um comunicado, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse que "o ataque é parte de uma onda de violência perpetrada por extremistas brutais que procuram enfraquecer a democracia no Paquistão e espalhar medo e discórdia". "O povo paquistanês sofreu graves perdas, mas se mantém firme diante da intimidação, e os EUA estão com ele", completou.
O atentado contra a representação diplomática em Peshawar foi o segundo do dia no Paquistão. Horas antes, um homem-bomba detonou os explosivos que carregava durante uma cerimônia política no distrito do Baixo Dir, também no norte do país, matando ao menos 45 pessoas.

Alvo

Missões diplomáticas americanas no Paquistão já foram atacadas diversas vezes desde que o país asiático virou aliado dos EUA em sua campanha global contra o terrorismo, lançada após o 11 de Setembro.
O último ataque ocorrera em Karachi em 2006, quando um militante jogou um veículo carregado de explosivos contra o carro de um diplomata americano, causando a morte dele e de três outras pessoas.
Desde 2008, quando o Exército paquistanês lançou uma ofensiva contra militantes no vale do Swat -região que era considerada fortaleza do Taleban e da Al Qaeda-, o número de ataques em Peshawar aumentou drasticamente.
A cidade é vital para os interesses dos EUA, por ser próxima às áreas tribais fronteiriças ao Afeganistão. Washington acredita que insurgentes usam a região para lançar ataques contra o território afegão.


Com agências internacionais


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