São Paulo, quarta-feira, 06 de abril de 2011

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Equador expulsa embaixadora dos Estados Unidos

O site WikiLeaks divulgou que ela acusou um chefe policial do país de ser corrupto

FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS

O governo do Equador decidiu ontem expulsar do país a embaixadora dos EUA, Heather Hodges, após a divulgação, pelo site WikiLeaks, de uma comunicação oficial na qual a diplomata acusa um chefe policial equatoriano de corrupção.
O anúncio foi feito pelo chanceler equatoriano, Gustavo Patiño, que explicou que Hodges, declarada "persona non grata", não conseguiu oferecer explicações "satisfatórias" sobre o despacho, de julho de 2009.
O Departamento de Estado dos EUA classificou a decisão de "injustificada" e informou que estuda opções para responder a Quito.
A Embaixada do Equador em Washington lançou nota frisando que a expulsão não era uma ação contra o governo Obama.
O governo esquerdista de Rafael Correa, um dos maiores aliados do venezuelano Hugo Chávez, disse estar "pronto" para trabalhar com um outro enviado do governo norte-americano.
No documento revelado pelo WikiLeaks, Hodges afirma que o ex-comandante da Polícia Nacional equatoriana, Jaime Aquilino Hurtado, usou sua influência para "se apropriar de verba pública".
A embaixadora dos EUA diz ainda que Hurtado facilitou tráfico de pessoas e obstruiu a investigação de colegas corruptos.
Hodges comenta que "funcionários da embaixada acreditam" que Correa estava ciente dos desvios de conduta de Hurtado e que o nomeou porque os supostos crimes o fariam "manipulável".
Os EUA foram por anos financiadores das forças de segurança equatoriana, das Forças Armadas aos corpos policiais. Em 2009, Correa expulsou outro embaixador americano, que se opôs a uma investigação que teria como base computadores doados pelos EUA à polícia.


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