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COLÔMBIA
Guillermo Gaviria havia sido sequestrado em 2002; outros 9 reféns foram assassinados, inclusive ex-ministro
Governador morre em ação contra as Farc
DA REDAÇÃO
O governador do Departamento de Antioquia (noroeste da Colômbia), Guillermo Gaviria, 40, e
o ex-ministro da Defesa Gilberto
Echeverri, 69, sequestrados havia
mais de um ano por guerrilheiros
das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), foram
assassinados ontem durante uma
tentativa de resgate, informou o
governo colombiano. Outros oito
reféns, todos militares, também
acabaram mortos.
O comunicado, lido pelo porta-voz da Presidência, Ricardo Galán, afirma que a operação foi precedida de seis dias de preparação
e tinha como objetivo libertar 13
reféns localizados em um acampamento das Farc.
Segundo o governo, as tropas
não fizeram nenhum disparo.
"Não houve combate", diz a nota,
que acusa um chefe das Farc de
dar a ordem para matar os reféns.
Além dos mortos, dois ficaram feridos e apenas um escapou ileso.
Em um comunicado divulgado
por rádio, um autodeclarado porta-voz da guerrilha afirma que as
mortes ocorreram devido a enfrentamentos entre guerrilheiros
e militares durante uma operação
de resgate do Exército.
"As Farc responsabilizam diretamente o senhor [presidente] Álvaro Uribe pelo ocorrido", diz o
comunicado. Uribe, que governou Antioquia entre 1995 e 1998,
viajou de emergência a Medellín,
capital do Departamento.
A mulher do governador assassinado, Yolanda Pinto, disse em
entrevista que perdoa quem matou seu marido e que continuará
trabalhando pela paz.
"Eu ainda não sei quem o assassinou, mas a qualquer um que tenha sido eu ofereço primeiro meu
perdão, meu sentimento de reconciliação", disse.
Reféns ilustres
Gaviria e Echeverri haviam sido
sequestrados no dia 21 de abril do
ano passado, durante uma marcha pela paz na região. Os dois faziam parte de uma lista de personalidades sequestradas que a
guerrilha marxista pretendia trocar por guerrilheiros presos.
Fazem parte ainda da lista de sequestrados a ex-senadora e ex-candidata a presidente Ingrid Betancourt, 12 deputados regionais
do Departamento de Valle del
Cauca, o ex-senador Jorge Eduardo Gechem Turbay e três membros do Departamento da Defesa
dos EUA, entre outros.
O partido de Betencourt, Verde
Oxigênio, pediu ontem que governo não tente resgatá-la. Segundo o partido, o fato de ela ser uma
sequestrada política "não é nenhuma garantia para a proteção
de sua vida". A ex-candidata está
sequestrada desde 22 de fevereiro
do ano passado.
O secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), César Gaviria, condenou os
assassinatos. "Esse é um crime covarde das Farc, que priva a Colômbia de homens excepcionais,
com uma vocação de paz e de serviço que os distinguiu durante toda a sua vida", disse.
Condições
Antes do anúncio das mortes,
Uribe havia repetido as quatro
condições que o governo estabelece para um acordo humanitário
de troca de sequestrados por
guerrilheiros presos. O governo
exige a participação da ONU nas
negociações, a libertação de todos
os sequestrados, que os rebeldes
libertados deixem o país e que o
acordo seja fechado sem a desmilitarização de nenhuma região do
país, como exigem as Farc.
Segundo Uribe, o governo daria
"todo tipo de facilidades humanitárias" para a troca. Segundo ele,
haveria permissão para que órgãos como a Cruz Vermelha Internacional recolhesse os sequestrados libertados em qualquer
parte do país, sem a presença militar. "Mas desmilitarização não
faremos de nenhuma maneira."
Com agências internacionais
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