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Irã convida observadora de direitos humanos
Navi Pillay, comissária da ONU para a questão, estuda o pedido de visita oficial, que deve acontecer só no início de 2011
Se concretizada, viagem será a primeira de Pillay ao país persa, que é acusado de violações, desde que ela assumiu o cargo, em 2008
LUCIANA COELHO
DE GENEBRA
O Alto Comissariado da ONU
para Direitos Humanos confirmou o convite feito à comissária Navi Pillay pelo governo iraniano para visitar o país.
Mas, segundo afirmou seu
porta-voz, a viagem não deve
ocorrer antes do fim do ano.
"Estamos examinando seriamente o convite, o problema é
que a agenda da comissária está
muito lotada neste ano", afirmou à Folha Rupert Colville,
acrescentando que a probabilidade de a viagem ocorrer no
início de 2011 -caso a proposta
se mantenha- é alta.
A notícia foi primeiro divulgada pela agência de notícias
oficial iraniana Irna.
Se concretizada, será a primeira visita de Pillay ao Irã
-frequentemente criticado no
Conselho de Direitos Humanos da ONU-, desde que ela
assumiu o cargo, em agosto de
2008. A última vez que um alto
comissário das Nações Unidas
para o tema esteve no país persa foi em 2007, com a canadense Louise Arbour.
O Irã havia rejeitado, em fevereiro, a recomendação feita
durante sua primeira revisão
periódica universal no conselho para receber um relator da
ONU para direitos humanos,
apoiada inclusive pelo Brasil,
que se aproxima de Teerã.
Na ocasião, o Irã rechaçou
mais de 40 recomendações visando a preservação dos direitos humanos, como a proteção
de minorias religiosas, o fim da
prisão de menores de idade, a
abolição de julgamentos arbitrários, a preservação dos direitos de dissidentes políticos e o
fim da pena de morte.
Muitos dissidentes foram
presos após a controversa eleição de 2009.
Em março, a própria Pillay,
que diversas vezes manifestou
preocupação com as violações
sucessivas, afirmou ter se reunido com autoridades iranianas e sugerido uma visita.
Ontem, segundo a Irna, o secretário-geral de direitos humanos do Irã, Mohammad Larijani, confirmou o convite.
Larijani criticou o que vê como resoluções "politicamente
motivadas" do Ocidente e afirmou que seu país está pronto
para dar uma resposta "eficiente" a quaisquer alegações.
A inclinação política é também a justificativa do presidente Mahmoud Ahmadinejad para rejeitar as recomendações
sobre o tema.
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