São Paulo, quinta-feira, 06 de maio de 2010

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Irã convida observadora de direitos humanos

Navi Pillay, comissária da ONU para a questão, estuda o pedido de visita oficial, que deve acontecer só no início de 2011

Se concretizada, viagem será a primeira de Pillay ao país persa, que é acusado de violações, desde que ela assumiu o cargo, em 2008


LUCIANA COELHO
DE GENEBRA

O Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos confirmou o convite feito à comissária Navi Pillay pelo governo iraniano para visitar o país.
Mas, segundo afirmou seu porta-voz, a viagem não deve ocorrer antes do fim do ano.
"Estamos examinando seriamente o convite, o problema é que a agenda da comissária está muito lotada neste ano", afirmou à Folha Rupert Colville, acrescentando que a probabilidade de a viagem ocorrer no início de 2011 -caso a proposta se mantenha- é alta.
A notícia foi primeiro divulgada pela agência de notícias oficial iraniana Irna.
Se concretizada, será a primeira visita de Pillay ao Irã -frequentemente criticado no Conselho de Direitos Humanos da ONU-, desde que ela assumiu o cargo, em agosto de 2008. A última vez que um alto comissário das Nações Unidas para o tema esteve no país persa foi em 2007, com a canadense Louise Arbour.
O Irã havia rejeitado, em fevereiro, a recomendação feita durante sua primeira revisão periódica universal no conselho para receber um relator da ONU para direitos humanos, apoiada inclusive pelo Brasil, que se aproxima de Teerã.
Na ocasião, o Irã rechaçou mais de 40 recomendações visando a preservação dos direitos humanos, como a proteção de minorias religiosas, o fim da prisão de menores de idade, a abolição de julgamentos arbitrários, a preservação dos direitos de dissidentes políticos e o fim da pena de morte.
Muitos dissidentes foram presos após a controversa eleição de 2009.
Em março, a própria Pillay, que diversas vezes manifestou preocupação com as violações sucessivas, afirmou ter se reunido com autoridades iranianas e sugerido uma visita.
Ontem, segundo a Irna, o secretário-geral de direitos humanos do Irã, Mohammad Larijani, confirmou o convite.
Larijani criticou o que vê como resoluções "politicamente motivadas" do Ocidente e afirmou que seu país está pronto para dar uma resposta "eficiente" a quaisquer alegações.
A inclinação política é também a justificativa do presidente Mahmoud Ahmadinejad para rejeitar as recomendações sobre o tema.


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