São Paulo, sexta-feira, 06 de maio de 2011

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Dilma critica "violência" de ataque anti-Gaddafi

Presidente contesta intervenção no norte da África, aprovada pela ONU

Brasil se absteve em votação da resolução do Conselho de Segurança da ONU, em março, que deu base para o ataque


DE BRASÍLIA

Em uma crítica indireta à ação militar respaldada pela ONU (Organização das Nações Unidas) na Líbia, a presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que existe um quadro de "violência intervencionista" na África do Norte e no Oriente Médio.
Foi a primeira vez que Dilma se manifestou publicamente sobre a ação militar capitaneada por forças dos Estados Unidos, França, Reino Unido e Itália.
O primeiro ataque aéreo ao país controlado pelo ditador Muammar Gaddafi foi realizado durante visita do presidente americano, Barack Obama, ao Brasil, em março.
"Os conflitos recentes na África do Norte e no Oriente Médio mostram que não há por que optar entre conformismo de um lado, violência intervencionista de outro. A realidade é mais complexa", afirmou a presidente, em discurso durante almoço oferecido ao presidente da Alemanha, Christian Wulff.
O discurso da presidente, crítico a ações militares, foi recebido por um "aliado" na questão. Assim como o Brasil, a Alemanha se absteve na votação do Conselho de Segurança da ONU que aprovou os ataques.
Segundo um assessor do Planalto, a intenção não foi fazer uma crítica velada, mas direta, à ação militar.
Dilma também cobrou respeito à "soberania nacional" e uma reflexão mais aprofundada das causas dos conflitos internos na região, de forma que "soluções duradouras" sejam alcançadas.
"Cada uma dessas situações depende de tratamento específico, atento às verdadeiras raízes dos problemas e à busca de soluções duradouras, que respeitem a soberania nacional, os direitos civis e os direitos humanos em todos os países da região, sem seletividade", afirmou.
Em seu discurso, depois de Dilma, o chefe de Estado alemão -a chefe de governo é a chanceler Angela Merkel, que não veio ao Brasil- falou na necessidade de uma reforma do Conselho de Segurança, mais um ponto de concordância entre os dois países.

APEDREJAMENTO
A porta-voz oficial do Comitê Internacional contra o Apedrejamento de Mulheres, Mina Ahadi, foi recebida ontem pelo assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência Marco Aurélio Garcia e pela ministra Maria do Rosário (Secretaria de Direitos Humanos).
Mas, ela saiu sem promessas diretas de engajamento do Brasil na luta contra o apedrejamento no Irã.
(BRENO COSTA, MÁRCIO FALCÃO E FLÁVIA FOREQUE)


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