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ORIENTE MÉDIO
Líder palestino manteve contato com a delegação palestina e conversou com Mazen durante cúpula na Jordânia
Arafat diz que Israel não ofereceu "nada tangível"
DA REDAÇÃO
O presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser
Arafat, afirmou ontem que Israel
não ofereceu nada "tangível" na
cúpula de paz realizada anteontem em Ácaba, na Jordânia.
"Qual é o significado de remover um trailer de um determinado
local e afirmar que desmantelou
um assentamento?", afirmou o líder palestino, que não participou
da cúpula em Ácaba.
A declaração de Arafat foi uma
referência ao anúncio feito pelo
primeiro-ministro de Israel, Ariel
Sharon, anteontem na Jordânia,
de que os assentamentos considerados ilegais por Israel serão desmantelados.
Porém esses assentamentos são,
em muitos casos, trailers e tendas
posicionados à revelia do governo
no alto de colinas e ao redor de
outros assentamentos judaicos.
Os palestinos e a comunidade
internacional consideram ilegais
todos os assentamentos judaicos
na Cisjordânia e na faixa de Gaza,
territórios palestinos ocupados
por Israel em 1967.
A medida anunciada por Sharon, no entanto, faz parte da primeira fase do novo plano de paz,
lançado na cúpula que reuniu,
além de Sharon, o premiê palestino, Abu Mazen, e o presidente
dos EUA, George W. Bush.
O plano, proposto pelos EUA
em conjunto com a União Européia, a ONU e a Rússia, deve culminar na criação de um Estado
palestino em 2005.
No encontro, considerado positivo por Bush, Mazen afirmou
que a Intifada (levante palestino
contra a ocupação israelense) deve acabar e se comprometeu a
combater os grupos terroristas.
Arafat, que é a liderança histórica dos palestinos e participou de
todas as negociações anteriores,
foi deixado de lado desta vez.
Americanos e israelenses o acusam de não combater e até mesmo apoiar o terrorismo. O líder
palestino nega as acusações.
Mesmo impedido por Israel de
deixar o seu QG em Ramallah
(Cisjordânia), Arafat teria exercido sua liderança nos bastidores,
dando ordens a membros da comitiva palestina na Jordânia e até
mesmo participando da elaboração de alguns pontos da declaração de Mazen. Porém o líder palestino ficou furioso com a ausência de uma menção ao cerco que
lhe é imposto em Ramallah.
Depois do encontro, Arafat conversou por cerca de 20 minutos
com Mazen por telefone. Sua popularidade é bem superior à do
premiê: o líder palestino conta
com 35% de apoio entre a população palestina, contra 3% de Mazen. Ontem, em Gaza, ocorreu
um protesto pró-Arafat.
Devido ao temor de que algum
colono insatisfeito com as concessões feitas por Israel no plano de
paz ataque Sharon, a segurança
do premiê foi reforçada. Mais
protestos de colonos aconteceram ontem em Israel.
Há cerca de 230 mil colonos judeus vivendo em assentamentos
na Cisjordânia e na faixa de Gaza.
No lado palestino, a oposição ao
plano entre os extremistas também é grande. Grupos terroristas
disseram que os ataques contra
Israel serão mantidos.
O Exército de Israel matou dois
membros do Hamas ontem em
troca de tiros em Tulkarem (Cisjordânia). Segundo os militares
israelenses, eles faziam parte de
uma célula que pretendia realizar
um atentado.
Os corpos de dois israelenses foram encontrados ontem nos arredores de Jerusalém. A polícia de
Israel disse que eles foram vítimas
de um ato terrorista.
Brasil
A comunidade judaica do Brasil
se manifestou por meio de Henry
Sobel, presidente do rabinato da
Congregação Israelita Paulista. "A
decisão de aceitar o plano, que
prevê a criação de um Estado palestino, é oportuna e bem-vinda.
Esperamos que o acordo não seja
torpedeado por terroristas de um
lado e extremistas de outro."
Com agências internacionais
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