São Paulo, sábado, 06 de junho de 2009

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Presidente exalta laços entre EUA e judeus

DA REDAÇÃO

Um dia depois de pronunciar um discurso destinado a melhorar as relações entre os EUA e o mundo muçulmano, o presidente Barack Obama visitou ontem um antigo campo de concentração na Alemanha, onde criticou os que negam o Holocausto e destacou os laços americano-israelenses.
Acompanhado da chanceler (premiê) alemã, Angela Merkel, e de sobreviventes, entre os quais o escritor Elie Wiesel, Prêmio Nobel da Paz, Obama percorreu Buchenwald e orou diante do memorial às vítimas da Alemanha nazista.
"Os prisioneiros deste campo, onde morreram 56 mil pessoas, não podiam adivinhar como a nação de Israel nasceria do Holocausto, nem os laços estreitos e duradouros entre essa nação e a minha", disse.
Obama se referia à criação de Israel em 1948, três anos após o fim da Segunda Guerra Mundial. Os EUA são o maior aliado político e o principal provedor de dinheiro e armas a Israel.
Obama criticou o negacionismo, "sem fundamento, ignorante e hediondo", e lançou uma advertência velada ao presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que questiona o Holocausto e defende que Israel seja varrido do mapa.
"Existem, até hoje, aqueles que insistem em que o Holocausto nunca aconteceu. [Buchenwald] é a melhor resposta a esses pensamentos, um lembrete de nossa tarefa de confrontar os que contam mentiras sobre a nossa história."
O presidente americano citara nominalmente o par iraniano horas antes, em entrevista a uma TV alemã na qual sugeriu que Ahmadinejad fizesse uma visita a Buchenwald.
"Não tenho paciência com pessoas que negam a História", disse Obama.
A visita ao memorial de Buchenwald e o tom das declarações dadas na Alemanha são tidos como um claro aceno ao governo e à população de Israel, céticos em relação à política de Obama no Oriente Médio.
O americano busca melhorar as relações entre a Casa Branca e inimigos de Israel, como Síria e Irã, e pressiona pela criação de um Estado palestino soberano, ideia que o atual governo israelense rejeita, alegando razões de segurança.
Pesquisa divulgada ontem revela que mais de 53% dos israelenses avaliam que as políticas de Obama no Oriente Médio são "ruins" para o Estado judaico.
Embora tenha prevalecido ontem um tom apaziguador em relação a Israel, Obama reiterou cobranças feitas na véspera em discurso proferido na Universidade do Cairo, Egito.
O americano disse que os palestinos devem renunciar à violência e pediu que os israelenses se preparem para fazer "concessões difíceis" para alcançar a paz.


Com agências internacionais


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