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Presidente exalta laços entre EUA e judeus
DA REDAÇÃO
Um dia depois de pronunciar
um discurso destinado a melhorar as relações entre os EUA
e o mundo muçulmano, o presidente Barack Obama visitou
ontem um antigo campo de
concentração na Alemanha,
onde criticou os que negam o
Holocausto e destacou os laços
americano-israelenses.
Acompanhado da chanceler
(premiê) alemã, Angela Merkel, e de sobreviventes, entre os
quais o escritor Elie Wiesel,
Prêmio Nobel da Paz, Obama
percorreu Buchenwald e orou
diante do memorial às vítimas
da Alemanha nazista.
"Os prisioneiros deste campo, onde morreram 56 mil pessoas, não podiam adivinhar como a nação de Israel nasceria
do Holocausto, nem os laços estreitos e duradouros entre essa
nação e a minha", disse.
Obama se referia à criação de
Israel em 1948, três anos após o
fim da Segunda Guerra Mundial. Os EUA são o maior aliado
político e o principal provedor
de dinheiro e armas a Israel.
Obama criticou o negacionismo, "sem fundamento, ignorante e hediondo", e lançou
uma advertência velada ao presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que questiona o
Holocausto e defende que Israel seja varrido do mapa.
"Existem, até hoje, aqueles
que insistem em que o Holocausto nunca aconteceu. [Buchenwald] é a melhor resposta
a esses pensamentos, um lembrete de nossa tarefa de confrontar os que contam mentiras sobre a nossa história."
O presidente americano citara nominalmente o par iraniano horas antes, em entrevista a
uma TV alemã na qual sugeriu
que Ahmadinejad fizesse uma
visita a Buchenwald.
"Não tenho paciência com
pessoas que negam a História",
disse Obama.
A visita ao memorial de Buchenwald e o tom das declarações dadas na Alemanha são tidos como um claro aceno ao governo e à população de Israel,
céticos em relação à política de
Obama no Oriente Médio.
O americano busca melhorar
as relações entre a Casa Branca
e inimigos de Israel, como Síria
e Irã, e pressiona pela criação
de um Estado palestino soberano, ideia que o atual governo israelense rejeita, alegando razões de segurança.
Pesquisa divulgada ontem
revela que mais de 53% dos israelenses avaliam que as políticas de Obama no Oriente Médio são "ruins" para o Estado
judaico.
Embora tenha prevalecido
ontem um tom apaziguador em
relação a Israel, Obama reiterou cobranças feitas na véspera
em discurso proferido na Universidade do Cairo, Egito.
O americano disse que os palestinos devem renunciar à violência e pediu que os israelenses se preparem para fazer
"concessões difíceis" para alcançar a paz.
Com agências internacionais
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