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Casal americano é preso, acusado de espionar para Cuba
Ex-analista do Departamento de Estado dos EUA atuava como agente de Havana há quase 30 anos, diz processo
DA REDAÇÃO
Um funcionário aposentado
do Departamento de Estado
dos EUA e sua mulher foram
presos em Washington, acusados de espionar para o governo
cubano por quase três décadas.
Os americanos Walter Kendall Myers, 72, e Gwendolyn
Steingraber Myers, 71, foram
denunciados por fraude, conspiração e por atuação ilegal como agentes de governo estrangeiro. Caso condenados, podem ser sentenciados a até 35
anos de prisão.
Os Myers visitaram vários
países da América Latina para
se reunir com agentes do governo cubano, entre eles o Brasil,
segundo o processo.
O casal chegou a se encontrar
com o então ditador Fidel Castro em Cuba em 1995, após desembarcar no país com documentos falsos, via México, segundo declarações de Walter a
um agente disfarçado do FBI
(polícia federal americana), citadas no processo. O embargo à
ilha restringe viagens de cidadãos americanos ao país.
Especialista sênior em Europa e funcionário do Departamento de Estado desde 1977,
ele se aposentou do setor de Inteligência e Pesquisa há dois
anos. Entre agosto de 2006 e
outubro de 2007, Walter teve
acesso a mais de 200 relatórios
secretos da Chancelaria americana sobre Cuba.
O marido era conhecido pelos cubanos como "agente 202"
e a mulher como "agente 123" e
"agente E-634", conforme relatos da acusação.
O casal usava um rádio para
transmitir mensagens em código Morse para o serviço de inteligência cubano, ainda segundo
a Promotoria. Nos últimos
anos, passou a se comunicar
com a ilha por e-mail.
O caso, que está sendo acompanhado pelo Departamento
de Estado dos EUA e pelo FBI,
foi tornado público ontem, um
dia após a prisão dos Myers, em
Washington.
Um agente disfarçado do FBI
abordou o casal fingindo ser
um espião cubano. Ludibriados, os Myers aceitaram encontrá-lo em hotéis de Washington
para passar informações sobre
a Cúpula das Américas, realizada em abril em Trinindad e Tobago.
Supermercados da capital
americana estavam entre os locais favoritos de Gwendolyn
para passar informações, segundo a Promotoria.
A Chancelaria americana
afirmou que está investigando
a questão em conjunto com o
FBI. O caso foi divulgado ontem, um dia após a prisão dos
supostos espiões.
Para o Joseph Persichini, diretor-assistente do FBI em
Washington, o caso demonstra
que "serviços de inteligência de
todo o globo continuam a roubar todas as informações que
conseguem dos EUA".
Com agências internacionais
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