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Sem violência, Israel barra novo navio
Rachel Corrie, que ia a Gaza, é interceptado em águas internacionais e conduzido a porto israelense de Ashdod
Movimento Gaza Livre, que organizou a viagem, condena a atitude de Israel e diz que enviará mais navios à região
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Cinco dias após o ataque
que causou a morte de nove
ativistas defensores do fim
do bloqueio israelense a Gaza, forças de Israel voltaram
a interceptar um navio que
tentava furar a obstrução marítima ao território.
Desta vez, porém, a ação
transcorreu sem violência.
O navio Rachel Corrie, que
partira da Irlanda há três semanas e conduzia 11 ativistas
e oito tripulantes, carregava
toneladas de suprimentos
destinados à população do
território palestino.
Após ser interceptado em
águas internacionais, a cerca
de 30 km da costa, foi escoltado militarmente até o porto
israelense de Ashdod.
As 19 pessoas foram levadas até o aeroporto de Tel
Aviv, de onde devem ser deportadas, como aconteceu
com seus quase 700 colegas
da frota de segunda-feira.
Um vídeo divulgado pelas
forças israelenses mostra três
barcos cercando o Rachel
Corrie. Outra cena, feita de
uma aeronave, exibe os ativistas sentados no deck superior da embarcação.
A porta-voz do Exército israelense disse que o capitão
do navio juntou os passageiros numa área da embarcação, para evitar violência. Segundo ela, os soldados subiram ao Rachel Corrie pelo
mar, diferentemente da interceptação anterior, quando
desceram de um helicóptero.
Israel disse que inspecionaria a carga do navio e a enviaria a Gaza por terra.
O governo israelense disse
que "as forças de segurança
usaram os mesmos procedimentos para a frota de segunda-feira e o barco de sábado,
mas encontraram uma resposta diferente".
"No navio de hoje e em 5
das 6 embarcações da frota
anterior, o procedimento
acabou sem mortes. A única
diferença foi em relação a um
navio onde ativistas extremistas islâmicos, apoiadores
do terrorismo, esperaram
nossos soldados no convés
com machados e facas."
Greta Berlin, porta-voz do
movimento Gaza Livre, que
organizou a viagem, descreveu a intervenção como "outra ofensa a se somar às nove
mortes", e negou a informação -divulgada por Israel-
de que os soldados foram
convidados a subir a bordo.
Ela disse que outros navios
seriam enviados à faixa.
Entre os ativistas do Rachel Corrie estava a Nobel da
Paz irlandesa Mairead Corrigan, 66.
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