São Paulo, domingo, 06 de junho de 2010

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Sem violência, Israel barra novo navio

Rachel Corrie, que ia a Gaza, é interceptado em águas internacionais e conduzido a porto israelense de Ashdod

Movimento Gaza Livre, que organizou a viagem, condena a atitude de Israel e diz que enviará mais navios à região


DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Cinco dias após o ataque que causou a morte de nove ativistas defensores do fim do bloqueio israelense a Gaza, forças de Israel voltaram a interceptar um navio que tentava furar a obstrução marítima ao território.
Desta vez, porém, a ação transcorreu sem violência.
O navio Rachel Corrie, que partira da Irlanda há três semanas e conduzia 11 ativistas e oito tripulantes, carregava toneladas de suprimentos destinados à população do território palestino.
Após ser interceptado em águas internacionais, a cerca de 30 km da costa, foi escoltado militarmente até o porto israelense de Ashdod.
As 19 pessoas foram levadas até o aeroporto de Tel Aviv, de onde devem ser deportadas, como aconteceu com seus quase 700 colegas da frota de segunda-feira.
Um vídeo divulgado pelas forças israelenses mostra três barcos cercando o Rachel Corrie. Outra cena, feita de uma aeronave, exibe os ativistas sentados no deck superior da embarcação.
A porta-voz do Exército israelense disse que o capitão do navio juntou os passageiros numa área da embarcação, para evitar violência. Segundo ela, os soldados subiram ao Rachel Corrie pelo mar, diferentemente da interceptação anterior, quando desceram de um helicóptero.
Israel disse que inspecionaria a carga do navio e a enviaria a Gaza por terra.
O governo israelense disse que "as forças de segurança usaram os mesmos procedimentos para a frota de segunda-feira e o barco de sábado, mas encontraram uma resposta diferente".
"No navio de hoje e em 5 das 6 embarcações da frota anterior, o procedimento acabou sem mortes. A única diferença foi em relação a um navio onde ativistas extremistas islâmicos, apoiadores do terrorismo, esperaram nossos soldados no convés com machados e facas."
Greta Berlin, porta-voz do movimento Gaza Livre, que organizou a viagem, descreveu a intervenção como "outra ofensa a se somar às nove mortes", e negou a informação -divulgada por Israel- de que os soldados foram convidados a subir a bordo. Ela disse que outros navios seriam enviados à faixa.
Entre os ativistas do Rachel Corrie estava a Nobel da Paz irlandesa Mairead Corrigan, 66.


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