|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Oliver Stone elogia chavismo e critica limites de Obama
Cineasta que produziu documentário com presidentes sul-americanos diz que Hugo Chávez é "um democrata"
Americano afirma que a América do Sul devia se orgulhar da autonomia que possui atualmente em relação a EUA e FMI
KENNEDY ALENCAR
DE BRASÍLIA
Diretor de "JFK - A Pergunta que não quer calar", sobre
a morte do presidente americano John Kennedy (1961-1963), o cineasta Oliver Stone
diz que "há sempre a possibilidade" de o atual ocupante
da Casa Branca, Barack Obama, ser assassinado.
"Temos uma história de
armas, uma história de pessoas loucas que supostamente fazem coisas", disse ele em
entrevista que será exibida
hoje à noite no programa "É
Notícia", da RedeTV!
Para Stone, Obama "está
aprisionado em um sistema
muito poderoso". Na sua opinião, se Obama obtiver um
segundo mandato, "será diferente, para a esquerda".
O cineasta americano veio
ao Brasil para lançar o documentário "Ao Sul da Fronteira", no qual fala com líderes
políticos latino- americanos.
América do Sul
A maioria dos americanos
não entende o que acontece
ou o que vem acontecendo
na América do Sul nos últimos dez anos. Nós falamos
com Hugo Chávez sobre as
mudanças na Venezuela.
Quando eu estive aqui em
2009, Hugo [Chávez] sugeriu
que a gente falasse com todos os que estavam modificando a América do Sul.
Nos encontramos com sete
presidentes em cinco países,
quase todos recém-eleitos.
Foi um despertar. De Rafael
Correa, no Equador, e Evo
Morales, na Bolívia, até o presidente mais exótico, Fernando Lugo, do Paraguai.
Lula mostrou ser um homem
trabalhador. A maioria dos
presidentes vem de classes
mais altas e esquece suas raízes, mas Lula não esqueceu.
Ingenuidade
Acho que é uma crítica ingênua que destrói a credibilidade do filme [a de que ele é ingênuo ao retratar região como vítima dos EUA e do Fundo Monetário Internacional].
A América do Sul deve ter orgulho de sua independência.
No filme, Lula manda o FMI
se danar.
Atores
O maior foi Hugo. Como ator,
ele foi o melhor. Acho que ele
merece um documentário só
dele. Ele é interessante, e os
atores coadjuvantes [outros
presidentes] são incríveis.
Evo Morales é um achado.
Tem presença e um rosto lindo. Ele é índio e cuida do povo que o elegeu. Eu adoro a
força que ele tem.
Lula não é tão bonito quanto
Néstor ou Hugo, mas é uma
força e um poder.
Hugo Chávez
Conheço Hugo Chávez de
três maneiras e já há três
anos. Eu adoro esse homem.
Ele é guerreiro de coração e
um verdadeiro democrata.
Ele exagera porque é dramático. Aparece demais na TV e
por muito tempo, mas diz
coisas que o povo gosta.
Imprensa venezuelana
É um grupo concentrado de
famílias, assim como em toda a América do Sul, que está
contra ele, violentamente
contra ele [Hugo Chávez].
A censura é algo que não
existe. Basta andar pela Venezuela para saber que a imprensa gosta de insultar. As
críticas a Chávez são constantes. Mas ele deixa passar.
É óbvio que ele comete erros,
mas o clima é violento. É pior
do que a Fox News nos EUA.
Hillary e Obama
Eu não sei o que se passa na
cabeça dela [Hillary Clinton,
secretária de Estado]. Hillary
apoiou a guerra no Iraque e
por isso perdeu a eleição.
Obama é inteligente, racional e ético. Porém, está aprisionado em um sistema com
muitos lobbies. Quando Obama firma algum acordo, ele
precisa se desculpar depois.
Quero que governe bem, o
que não está acontecendo.
Ele quer o segundo mandato.
Se conseguir, acho que será
diferente, para a esquerda.
Dilma Rousseff
Achei ela muito focada, extremamente focada, e já presenciei a mesma coisa em outros líderes mundiais.
Gosto do estilo dela, do
olhar, de como é direta.
José Serra
Ouvi de pessoas que não tinham motivo para se opor ao
partido [PSDB] que é um homem bastante firme.
Mas ele é filiado ao partido, e
o partido representa um interesse. Não é necessariamente
o interesse dos pobres, mas
um interesse em progredir.
Leia íntegra da entrevista
folha.com.br/mu745899
Texto Anterior: Japão: Partido governista ganha apoio popular após mudança de premiê Próximo Texto: Frase Índice
|