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OEA debate compras de armas em cúpula
Declaração final não irá abordar controvérsias como rejeição às tropas estrangeiras
FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS
Começa hoje, em Lima, a
Assembleia Geral da OEA
(Organização dos Estados
Americanos), tendo como
seu tema central, proposto
pelo país anfitrião, a segurança na região. Os debates
deverão enfatizar uma cobrança por mais transparência nas compras de armas.
A discussão da reincorporação de Honduras, suspensa da organização desde o
golpe contra Manuel Zelaya,
há quase um ano, não faz
parte da agenda oficial.
Os países centro-americanos, porém, prometem defender o fim da sanção, expondo uma vez mais as divisões na região sobre o assunto.
O esboço da declaração final foi aprovado nesta semana, atendendo às preocupações do governo Alan García,
que reclama do orçamento
militar do vizinho Chile, com
quem o país mantém uma
disputa por limites marítimos na Corte Internacional
de Justiça de Haia.
Segundo relatório do Sipri
(Instituto Internacional de
Pesquisas da Paz de Estocolmo), o Chile gasta pouco
mais de 3% do seu PIB em
fins militares -o segundo
maior gasto relativo na América do Sul, após a Colômbia.
O Brasil lidera o ranking de
gasto sul-americano em 2009
(US$ 26,1 bilhões), 16% de
aumento sobre 2008.
O Sipri não vê uma "corrida armamentista" em curso.
O texto foi desidratado dos
parágrafos mais fortes, mas
sua negociação evidenciou
as linhas distintas de atuação de EUA e Colômbia, por
um lado, e de Brasil e Venezuela -e um mais um punhado de países-, por outro.
DEFESA COLETIVA
Segundo a Folha apurou,
Washington e Bogotá propuseram introduzir no texto o
"direito de defesa coletiva".
O conceito que faz parte do
escopo do Conselho de Segurança da ONU e da Otan prevê que, em caso de ataque de
um país, seus aliados têm o
direito de responder como se
fossem também atacados.
O parágrafo não agradou
Brasil e Venezuela -que alega temer que um incidente
armado com a Colômbia degenere numa ação militar
dos EUA contra o país.
De acordo com fontes diplomáticas brasileiras, Brasília e Caracas pediram, então,
a introdução de texto rejeitando a presença de forças
estrangeiras na região.
Ao final, nenhum dos dois
trechos passou.
A secretária de Estado
americana, Hillary Clinton,
irá a Lima. A delegação brasileira será chefiada pelo secretário-geral do Itamaraty, Antonio Patriota.
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