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Crise de direitos humanos afeta Tegucigalpa
DE CARACAS
Assassinatos e sequestros de ativistas contrários
ao golpe que tirou Manuel
Zelaya do poder em 2009 serão tema de reunião fechada entre chanceleres amanhã, no encontro da OEA
(Organização dos Estados
Americanos). A entidade
suspendeu o país após o
golpe de 28 de junho de
2009. Mas há pouca expectativa de que a negociação
consiga avançar.
Atualmente, o país é governado por Porfirio Lobo,
empossado em fevereiro. O
novo governo conseguiu
descongelar dinheiro de
cooperação dos EUA e os
créditos do país no FMI. Entretanto, Honduras segue
duramente criticada pela
Comissão Interamericana
de Direitos Humanos
(CIDH) da OEA.
Na semana passada, a
CIDH voltou a pedir a Lobo
e à Justiça hondurenha que
protejam 12 jornalistas, majoritariamente contrários ao
golpe, ameaçados no país.
A comissão também reclamou da destituição de
quatro juízes que se manifestaram contra a deposição de Zelaya, em junho de
2008. A CIDH afirma que a
demissão dos magistrados
"afeta seriamente o Estado
de Direito".
Segundo a comissão,
apenas no mês de fevereiro,
três ativistas ligados à resistência ao golpe foram assassinados.
Mesmo os EUA, que defendem a normalização de
Lobo, citam a preocupação
com os direitos humanos.
ANISTIA
O secretário-geral da
OEA, o chileno José Miguel
Insulza, alinhou-se a Brasil,
Chile e Argentina e aos integrantes da chavista Alba
(Alternativa Bolivariana para as Américas) ao afirmar
que a volta de Zelaya a Honduras é uma condição para
a reintegração plena do país
ao sistema interamericano.
O ex-presidente, exilado
na República Dominicana,
rejeitou nesta semana a
oferta de Lobo para que volte ao país alegando que não
aceita ser julgado pelos juízes "golpistas" por supostos crimes de corrupção cometidos por ele no governo.
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