São Paulo, domingo, 06 de junho de 2010

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Crise de direitos humanos afeta Tegucigalpa

DE CARACAS

Assassinatos e sequestros de ativistas contrários ao golpe que tirou Manuel Zelaya do poder em 2009 serão tema de reunião fechada entre chanceleres amanhã, no encontro da OEA (Organização dos Estados Americanos). A entidade suspendeu o país após o golpe de 28 de junho de 2009. Mas há pouca expectativa de que a negociação consiga avançar.
Atualmente, o país é governado por Porfirio Lobo, empossado em fevereiro. O novo governo conseguiu descongelar dinheiro de cooperação dos EUA e os créditos do país no FMI. Entretanto, Honduras segue duramente criticada pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da OEA.
Na semana passada, a CIDH voltou a pedir a Lobo e à Justiça hondurenha que protejam 12 jornalistas, majoritariamente contrários ao golpe, ameaçados no país.
A comissão também reclamou da destituição de quatro juízes que se manifestaram contra a deposição de Zelaya, em junho de 2008. A CIDH afirma que a demissão dos magistrados "afeta seriamente o Estado de Direito".
Segundo a comissão, apenas no mês de fevereiro, três ativistas ligados à resistência ao golpe foram assassinados.
Mesmo os EUA, que defendem a normalização de Lobo, citam a preocupação com os direitos humanos.

ANISTIA
O secretário-geral da OEA, o chileno José Miguel Insulza, alinhou-se a Brasil, Chile e Argentina e aos integrantes da chavista Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas) ao afirmar que a volta de Zelaya a Honduras é uma condição para a reintegração plena do país ao sistema interamericano.
O ex-presidente, exilado na República Dominicana, rejeitou nesta semana a oferta de Lobo para que volte ao país alegando que não aceita ser julgado pelos juízes "golpistas" por supostos crimes de corrupção cometidos por ele no governo.


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