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Colombianos cobram libertação de reféns
Milhares foram às ruas, na maior mobilização da década, dias depois das Farc anunciarem morte de deputados
DA REDAÇÃO
Na maior mobilização popular em ao menos uma década, a
Colômbia parou ontem para
pedir que os grupos armados
ilegais, em especial as Farc
(Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), libertem os
reféns que têm em seu poder,
uma semana depois de os guerrilheiros terem declarado que
estão mortos 11 deputados regionais seqüestrados em 2002.
Na esteira da comoção causada pela notícia, milhões tomaram as ruas das principais cidades. Ao meio-dia (14h em Brasília), ônibus, metrô e carros interromperam seus trajetos por
cinco minutos em todo o país.
Houve buzinaço. A Bolsa de Valores e até as atividades de decolagem nos aeroportos pararam. Em pelo menos 19 países
houve manifestações.
O presidente colombiano, Álvaro Uribe, abriu o protesto na
Catedral de Bogotá. Sob pressão externa, principalmente
européia, para negociar com a
guerrilha, o presidente colombiano apoiou como pôde a manifestação: servidores tiveram
ponto facultativo e sites oficiais
exibiram a convocação.
Em Medellín,o cantor Juanes, estrela do pop latino mundial, encerrou as manifestações. Ele criticou a análise internacional do conflito colombiano: "A comunidade internacional ainda tem uma visão errônea das Farc, romantizada".
Segundo um órgão ligado ao
Ministério da Defesa, 762 pessoas estão agora em poder das
Farc, algumas delas desde 1996.
De acordo com levantamento
do jornal "El Tiempo", na última década 6.772 pessoas foram
seqüestradas pela guerrilha. O
grupo ELN (Exército de Libertação Nacional) seqüestrou
3.775 e os paramilitares das
AUC (Autodefesas Unidas da
Colômbia), 1.163.
O chamado à mobilização
partiu de Argelino Garzón, governador de Valle del Cauca,
Província dos deputados declarados mortos pelas Farc no dia
28. Ele pediu que a guerrilha
entregue imediatamente os
corpos dos parlamentares.
Segundo as Farc, 11 dos 12 deputados seqüestrados em Cali
em 2002 morreram, em 18 de
junho, em fogo cruzado entre
guerrilheiros e o que dizem ser
um "grupo militar não identificado". O governo nega a ação
militar e diz que a guerrilha
matou os reféns.
Carolina Charry, filha de um
dos deputados mortos, causou
mal-estar em Cali ontem ao
chamar governo e Farc de "indolentes" e cobrar um acordo
humanitário para a libertação
dos reféns. Ontem, Uribe repetiu que não negociará com as
Farc nem cederá "um centímetro" do país. A guerrilha exige a
desmilitarização de uma área
de 800 km2 para fazer o acordo.
Com agências internacionais
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