São Paulo, domingo, 06 de julho de 2008

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Deputados na Argentina ratificam taxa sobre grãos

ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES

Após 19 horas de sessão, os deputados da base de apoio do governo argentino conseguiram aprovar ontem na Câmara o projeto de lei que determina o aumento de impostos sobre as exportações de grãos por apenas sete votos de diferença. O projeto agora passa para apreciação do Senado e continua em vigor até a decisão final.
A taxação elevada, decretada em março, causou uma crise com o setor agropecuário que gerou bloqueios nas estradas, desabastecimento nas cidades e panelaços contra o governo.
Para tentar controlar a crise, há duas semanas, a presidente Cristina Kirchner enviou o projeto ao Congresso. Apesar de o governo ter maioria tanto na Câmara quanto no Senado, a vitória de ontem foi apertada (129 a favor, 122 contra e 2 abstenções), já que vários deputados com base de apoio no campo votaram contra a proposta.
Cristina e o ex-presidente Néstor Kirchner ligaram para o presidente do bloco oficialista, Agustín Rossi, para parabenizá-lo pela vitória.
A tendência é que o projeto também seja aprovado no Senado, onde o governo tem ao menos 42 dos 72 senadores.
O texto original do governo -que diz que os impostos aumentam conforme o preço do produto no mercado internacional- foi alterado pelo bloco oficialista para oferecer mais benefícios aos pequenos produtores e facilitar a aprovação.
Produtores de até 300 toneladas de soja pagarão um imposto fixo de 30%, e quem produz entre 300 toneladas e 750 toneladas, 35%. Para até 1.500 toneladas, serão 35% sobre as primeiras 750 toneladas e o valor corrente para o resto. Segundo Rossi, com a mudança do texto, 85% dos produtores não seriam atingidos pelo aumento de impostos.
Líderes de entidades rurais consideraram a proposta insuficiente, mas prometem não voltar a protestar nas estradas.


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