São Paulo, segunda-feira, 06 de julho de 2009

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CRISE IRANIANA

Clérigos xiitas contestam reeleição de Ahmadinejad

DA REUTERS

Em mais um sinal de racha na cúpula religiosa do Irã, clérigos da cidade sagrada de Qom contestaram ontem a legitimidade da reeleição do presidente ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad e exigiram a libertação dos oposicionistas presos nos protestos pós-eleitorais.
"Queixas de outros candidatos e fortes evidências de fraude foram ignoradas, protestos pacíficos foram reprimidos, dezenas de iranianos foram mortos, e centenas, ilegalmente detidos", disse em comunicado a reformista Assembleia de Docentes e Pesquisadores de Qom.
O grupo chamou de "inválidos" os resultados oficiais da eleição de 12 de junho -pelos quais Ahmadinejad teve 62,7% dos votos, dispensando um segundo turno, contra 33% para o reformista Mir Hossein Mousavi.
Os protestos pela anulação do pleito deixaram ao menos 20 mortos e centenas de presos -segundo o governo, a maioria já foi libertada.
Embora tenha pouco poder político, a assembleia tem influência religiosa, já que Qom, a 120 km de Teerã, é o principal centro de estudos teológicos no xiita Irã.
Os clérigos transgrediram um tabu ao criticar abertamente o Conselho de Guardiães da Revolução, mais alta instância constitucional iraniana, responsável por controlar e avalizar eleições, entre outras prerrogativas.
"É possível aceitar a legitimidade das eleições só porque elas foram avalizadas pelo Conselho dos Guardiães?", questionou a assembleia.


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