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CRISE IRANIANA
Clérigos xiitas contestam reeleição de Ahmadinejad
DA REUTERS
Em mais um sinal de racha
na cúpula religiosa do Irã,
clérigos da cidade sagrada de
Qom contestaram ontem a
legitimidade da reeleição do
presidente ultraconservador
Mahmoud Ahmadinejad e
exigiram a libertação dos
oposicionistas presos nos
protestos pós-eleitorais.
"Queixas de outros candidatos e fortes evidências de
fraude foram ignoradas, protestos pacíficos foram reprimidos, dezenas de iranianos
foram mortos, e centenas,
ilegalmente detidos", disse
em comunicado a reformista
Assembleia de Docentes e
Pesquisadores de Qom.
O grupo chamou de "inválidos" os resultados oficiais
da eleição de 12 de junho
-pelos quais Ahmadinejad
teve 62,7% dos votos, dispensando um segundo turno,
contra 33% para o reformista
Mir Hossein Mousavi.
Os protestos pela anulação
do pleito deixaram ao menos
20 mortos e centenas de presos -segundo o governo, a
maioria já foi libertada.
Embora tenha pouco poder político, a assembleia
tem influência religiosa, já
que Qom, a 120 km de Teerã,
é o principal centro de estudos teológicos no xiita Irã.
Os clérigos transgrediram
um tabu ao criticar abertamente o Conselho de Guardiães da Revolução, mais alta
instância constitucional iraniana, responsável por controlar e avalizar eleições, entre outras prerrogativas.
"É possível aceitar a legitimidade das eleições só porque elas foram avalizadas pelo Conselho dos Guardiães?",
questionou a assembleia.
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