São Paulo, quarta-feira, 06 de julho de 2011

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Agência rebaixa Portugal a "grupo do lixo" da dívida

Moody's foi primeira a dar ao país nota de risco de grau especulativo "Ba2"

Governo português pode precisar recorrer a segunda ajuda externa se não cumprir metas fiscais dos credores

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A agência Moody's rebaixou ontem a nota de risco de Portugal, que agora faz parte do grupo de países classificados como "grau especulativo", com maior probabilidade de dar calote na dívida.
Mesmo com o aprofundamento da crise e o socorro financeiro externo, a nota de risco de Portugal ainda figurava no grupo dos mais seguros, chamados de "grau de investimento" até ontem.
Para a Moody's, existe um risco crescente de Portugal precisar de uma segunda ajuda internacional antes de voltar a se financiar no mercado financeiro.
O alerta vem apenas dois meses depois de Portugal fechar com a União Europeia e o FMI (Fundo Monetário Internacional) um pacote de empréstimos de € 78 bilhões (R$ 176 bilhões), em troca de assumir duros ajustes fiscais.
Foi o terceiro país a receber socorro na Europa, depois da Grécia e da Irlanda.
A Grécia já negocia seu segundo pacote de ajuda, depois de não ter conseguido cumprir as metas fiscais previstas do primeiro acordo.
Mas a Moody's não acredita na capacidade de Portugal de cumprir as exigências.
"Cresceram as preocupações de que Portugal não conseguirá atingir plenamente os alvos de redução do deficit e de estabilização da dívida", disse a agência.
A nota de risco de Portugal caiu quatro níveis na escala de classificação de risco, para "Ba2". E pode cair mais nos próximos meses.
A Moody's foi a primeira das três grandes agências a rebaixar Portugal para o "grupo do lixo".
Tanto a Standard & Poor's quanto a FitchRatings ainda classificam Portugal como BBB-, a nota mais baixa ainda considerada grau de investimento, o clube dos países mais seguros para se investir.
A Grécia, cuja crise é mais profunda, tem a pior classificação de risco do mundo. Mas as taxas de juros portuguesas ainda eram cinco pontos menores que as gregas, próximas de 18%, no fim de junho.


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