|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Casa Branca controlou negociação, diz mídia
DA REDAÇÃO
Custou quase cinco meses de
negociações cuidadosamente
controladas pela Casa Branca o
sucesso da operação "privada"
conduzida por Bill Clinton para
a libertação das duas jornalistas americanas detidas pela Coreia do Norte. Foi o que disseram pessoas próximas ao governo, em condição de anonimato, a jornais americanos.
De acordo com o "Los Angeles Times" e o "New York Times", Clinton só entrou no jogo
durante os acertos finais, por
pedido dos próprios norte-coreanos, que queriam receber a
visita de um nome de destaque
mundial para discutir a soltura
de Laura Ling e Euna Lee.
Assim, pelos cálculos do ditador Kim Jong-il, os EUA mostrariam respeito e o regime galgaria alguns degraus no avidamente buscado reconhecimento internacional.
A imprensa americana diz
que Washington começou a
discutir com Pyongyang sobre
a soltura das duas logo após sua
detenção, em 17 março. Estiveram envolvidos acadêmicos,
congressistas e funcionários
sêniores da Casa Branca e do
Departamento de Estado.
Foram feitos contatos quase
diários com familiares das detidas e em várias ocasiões com o
regime norte-coreano, por
meio de intermediários suecos.
Quando os EUA receberam a
indicação de que um nome de
peso faria a diferença, a Casa
Branca sugeriu o ex-vice de Bill
Clinton, Al Gore, que é dono da
empresa de mídia que emprega
as jornalistas. Kim, porém, sinalizou às presas preferência
por Clinton. Uma vez informados da demanda, familiares e
Gore se aproximaram do ex-presidente, dizem os jornais.
Convidado, o ex-presidente
aceitou de imediato. Mas Clinton só entrou no avião depois
que a Coreia do Norte ofereceu,
no final de julho, garantias de
que as jornalistas seriam libertadas se ele fosse a Pyongyang.
Ontem, Gore afirmou que o
próprio presidente Barack
Obama se envolveu profundamente nas discussões. Para
Washington, porém, foi mais
adequado caracterizar a empreitada de "particular" para
evitar que Pyongyang usasse a
presença de um emissário americano para exigir concessões
em questões nucleares.
A Casa Branca só aprovou a
missão depois que Pyongyang
reconheceu explicitamente
que a viagem não tinha relação
com seu programa nuclear.
Mas, na Coreia do Norte, a visita foi considerada oficial. E,
segundo um membro sênior do
governo americano, nas conversas que eles mantiveram por
três horas e 15 minutos -incluindo um jantar de mais de
duas horas- Clinton ofereceu
ao líder comunista sua visão sobre a desnuclearização.
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Jornalista morta: Rússia volta a julgar caso Politkovskaya Índice
|