São Paulo, segunda-feira, 06 de setembro de 2010

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Fragilizado, ETA anuncia cessar-fogo

Grupo promete adotar "via democrática" para obter independência da região na fronteira franco-espanhola

Organização teve vários dos principais chefes presos e atualmente tem condição reduzida de promover ataques

Efe
Mascarados, 3 líderes da organização anunciam a trégua em vídeo gravado

DE SÃO PAULO

O grupo terrorista basco ETA anunciou um cessar-fogo, recebido com desconfiança pela Espanha.
Em um vídeo, divulgado ontem pela rede britânica BBC, aparecem três homens encapuzados dizendo que a decisão de não levar adiante as ações armadas já estava tomada havia vários meses.
No vídeo, os homens "prometem pôr em prática um processo democrático" que leve à independência do País Basco, região que reúne partes de Espanha e França.
Mas em nenhum momento fica claro se será um cessar-fogo permanente.
Fundado há 51 anos, o grupo já foi autor de mais de 800 assassinatos.

REAÇÕES
É o 11º anúncio de cessar-fogo do grupo terrorista, mas há motivos para crer que esse pode durar mais tempo.
O grupo está bastante debilitado, com seus principais líderes presos e a capacidade de organizar ataques, reduzida. Há pressão cada vez maior entre os bascos para que adote a via política.
Apesar disso, os partidos políticos espanhóis receberam o novo anúncio com desconfiança. E pedem que o grupo abandone as armas.
Leire Pajín, secretária de Organização do Partido Socialista, que está no poder, disse que a sociedade espanhola precisa que o grupo terrorista se dissolva.
O PP (Partido Popular), por meio do seu vice-secretário geral, Javier Arenas, disse que "todas as tréguas terminam sempre muito mal para a sociedade espanhola".
E o PNV (Partido Nacionalista Basco) lamentou o conteúdo do comunicado do grupo.
O premiê José Luis Rodríguez Zapatero não se pronunciou diretamente. Representantes do governo basco consideraram o comunicado "insuficiente, ambíguo e fraudulento".
Já o ministro basco do Interior, Rodolfo Ares, disse que o anúncio é "absolutamente insuficiente porque não responde ao que a imensa maioria da sociedade basca exige e demanda do ETA, que é deixar definitivamente a atividade terrorista".
O novo cessar-fogo foi anunciado depois de mais de um ano sem atentados com mortes, e com o grupo fragilizado. Desde 2007, mais de 400 membros foram presos -68 deles neste ano.


Com agências de notícias


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