São Paulo, terça-feira, 06 de setembro de 2011

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Reino Unido investiga ligação com tortura

PATRICK WINTOUR
DO "GUARDIAN"

O premiê britânico David Cameron pediu ontem que o inquérito sobre a suposta participação britânica em casos de tortura seja ampliado.
Ele quer averiguar as dimensões da cooperação entre os serviços secretos britânicos e o regime do ditador líbio Muammar Gaddafi, o que incluiria casos de extradição ilegal e de tortura.
Jack Straw, que foi secretário do Exterior no governo que precedeu o de Cameron, disse jamais ter endossado esse tipo de cooperação. O porta-voz do premiê respondeu à descoberta de uma série de documentos em Trípoli que mostravam as conexões afirmando que o inquérito estava bem posicionado para examinar as alegações.
Ele acrescentou que os documentos não haviam sido lidos pelos atuais ministros britânicos, e que seu significado não estava claro. O inquérito não tem avançado devido à recusa de advogados em cooperar com a investigação e à necessidade de que alguns processos civis sejam concluídos primeiro.
Os papéis foram encontrados no escritório de Moussa Koussa, chefe de inteligência líbio, que desertou em março e está no Reino Unido. O gabinete do primeiro-ministro informou que Koussa não havia recebido imunidade contra processos, mas enfatizou que ele estava livre para deixar o país.
Os documentos mostram que o Reino Unido em 2004 forneceu informações às autoridades líbias sobre Abdul Hakim Belhadj, hoje um dos comandantes das forças rebeldes líbias.
Belhadj era integrante do Grupo de Combate Islâmico Líbio, que tinha conexões com a Al Qaeda, e alega ter sido torturado pela CIA em Bancoc, onde foi capturado.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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