São Paulo, terça-feira, 06 de setembro de 2011

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Brasil reduz seu efetivo em força de paz no Haiti em 11%

País, que comanda missão, trará 250 militares de volta a partir de 2012

Militares uruguaios são investigados por abuso sexual contra jovem haitiano; general diz que eles serão expulsos

Dieu Nalio Chery - 3.set.2011/Associated Press
Militar guarda base uruguaia em Port Salut, Haiti, onde jovem haitiano diz ter sofrido abuso sexual de capacetes azuis

LUIS KAWAGUTI
DE SÃO PAULO

A partir de 2012, o Brasil deve reduzir seu efetivo na missão de paz da ONU no Haiti em até 250 capacetes azuis, segundo o general brasileiro Luiz Eduardo Ramos Pereira, comandante militar da missão no país. Hoje, os brasileiros no Haiti são 2.185.
A diminuição será resultado de um estudo feito em julho pela ONU que recomenda uma redução de 18% no efetivo geral de tropas no país -que deve cair de cerca de 8.700 militares para 7.100.
Dependendo da situação política e econômica do Haiti nos próximos anos, essa redução pode se tornar o primeiro passo para uma futura retirada total das tropas.
Mas, a redução ainda precisa ser formalizada pelo Conselho de Segurança em outubro. Uma vez aprovada, deve acontecer de forma escalonada até o fim de 2012, de acordo com o general Ramos.
O estudo mostra que a situação de segurança no país já permite que o número de militares volte ao patamar de antes do terremoto de janeiro de 2010, que deixou mais de 300 mil mortos.
Antes da catástrofe, a ONU previa iniciar sua retirada gradual do país em 2011. A missão já dura sete anos.
O assessor especial do Ministério da Defesa, José Genoino, afirmou que pretendia que a redução no efetivo brasileiro fosse maior (800 homens), mas a pasta acatará a decisão da ONU. "O Ministério da Defesa tem uma ótima relação com a ONU", disse.
A redução do efetivo do Brasil será menor que a diminuição geral das tropas pois sua área de responsabilidade é a mais crítica do Haiti.

ABUSO
Cinco militares do Uruguai que serviam no Haiti devem ser repatriados amanhã após à divulgação de um vídeo gravado em celular onde aparecem simulando um abuso sexual de um jovem de 18 anos.
"Reuni todos os meus comandantes de tropa e alertei que é inaceitável esse tipo de procedimento", disse Ramos. O caso causou comoção nacional e resultou em uma declaração do presidente Michel Martelly exigindo a punição dos culpados. O Uruguai destituiu seu comandante no país e prometeu uma investigação.
Segundo Ramos, a ONU apresentou um pedido de desculpas ao presidente e o fato não deve se transformar em uma nova crise política.


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