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SAIBA MAIS
Entenda a crise política iugoslava
DA REDAÇÃO
Slobodan Milosevic manteve-se 13 anos no poder em Belgrado misturando repressão
policial, nacionalismo, guerras
externas e exploração dos recursos econômicos do país em
benefício de seus aliados.
Em 1989, Milosevic suspendeu a autonomia de Kosovo,
Província no sul da Sérvia habitada majoritariamente por albaneses muçulmanos, mas
com forte valor histórico para
os sérvios (cristãos). Foi seu
primeiro grande ato nacionalista nos Bálcãs, a explosiva península montanhosa no sudeste da Europa. Depois, apoiou
ações militares sangrentas dos
sérvios de Croácia e Bósnia, Repúblicas iugoslavas que optaram pela independência após o
fim do comunismo.
Os devastadores ataques da
Otan (aliança militar ocidental)
na Guerra de Kosovo (99), deflagrados para conter a "limpeza étnica" na Província, aprofundaram a crise econômica,
reforçada por sanções internacionais. Milosevic, com ordem
de prisão do Tribunal Internacional de Haia, resistiu por causa de seu controle das forças de
segurança e da mídia e da desunião da oposição.
Mas errou ao mudar a Constituição, permitindo sua reeleição e convocando eleições para
24 de setembro (primeiro turno). A oposição finalmente se
uniu atrás de um candidato,
Vojislav Kostunica, também
nacionalista.
Desde a eleição, quando todos menos a comissão eleitoral
constataram a vitória de Kostunica no primeiro turno, a oposição conseguiu mobilizar a
população em protestos por todo o país. Dois grandes impulsos foram a greve de mineiros
de Kolubara (principal fonte de
carvão do país) e a falta de repressão policial. Um regime
como o de Milosevic não sobrevive sem a polícia.
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