São Paulo, sexta-feira, 06 de outubro de 2000

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Entenda a crise política iugoslava

DA REDAÇÃO

Slobodan Milosevic manteve-se 13 anos no poder em Belgrado misturando repressão policial, nacionalismo, guerras externas e exploração dos recursos econômicos do país em benefício de seus aliados.
Em 1989, Milosevic suspendeu a autonomia de Kosovo, Província no sul da Sérvia habitada majoritariamente por albaneses muçulmanos, mas com forte valor histórico para os sérvios (cristãos). Foi seu primeiro grande ato nacionalista nos Bálcãs, a explosiva península montanhosa no sudeste da Europa. Depois, apoiou ações militares sangrentas dos sérvios de Croácia e Bósnia, Repúblicas iugoslavas que optaram pela independência após o fim do comunismo.
Os devastadores ataques da Otan (aliança militar ocidental) na Guerra de Kosovo (99), deflagrados para conter a "limpeza étnica" na Província, aprofundaram a crise econômica, reforçada por sanções internacionais. Milosevic, com ordem de prisão do Tribunal Internacional de Haia, resistiu por causa de seu controle das forças de segurança e da mídia e da desunião da oposição.
Mas errou ao mudar a Constituição, permitindo sua reeleição e convocando eleições para 24 de setembro (primeiro turno). A oposição finalmente se uniu atrás de um candidato, Vojislav Kostunica, também nacionalista.
Desde a eleição, quando todos menos a comissão eleitoral constataram a vitória de Kostunica no primeiro turno, a oposição conseguiu mobilizar a população em protestos por todo o país. Dois grandes impulsos foram a greve de mineiros de Kolubara (principal fonte de carvão do país) e a falta de repressão policial. Um regime como o de Milosevic não sobrevive sem a polícia.



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