|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Rússia restringe vistos e aumenta asfixia da Geórgia
Kremlin atinge georgianos que trabalham em seu território
Apesar da tensão crescente, deflagrada pela prisão de militares russos acusados de espionagem, uso da força é descartado por Moscou
DO "INDEPENDENT"
A Rússia apertou o cerco econômico à Geórgia, agravando a
disputa entre os dois países,
mas descartou usar a força contra a ex-república soviética. Em
mais um desdobramento da
crise, iniciada quando a Geórgia prendeu quatro militares
russos, na semana passada,
Moscou decidiu ontem restringir a concessão de vistos a georgianos e outros estrangeiros e
fechou o cassino de um empresário da Geórgia, entre outras
ações repressivas contra cidadãos do país do Cáucaso.
Com os serviços postais e a ligação terrestre, aérea e marítima com a Rússia já cortados, os
georgianos agora enfrentam o
risco de ter que pagar mais pela
energia que consomem, depois
que a Gazprom, empresa controlada por Moscou, ameaçou
aumentar o preço do gás fornecido à Geórgia.
A restrição aos vistos de trabalho poderá significar um duro golpe à economia da Geórgia.
Um quinto da população de 4,4
milhões de pessoas da Geórgia
trabalha na Rússia.
Zurab Tchiaberashvili, embaixador da Geórgia no Conselho da Europa, disse temer que
a crise desemboque em conflito
militar. "Nós temos uma guerra
fria no Cáucaso e tememos que
ela se transforme em guerra
quente, que ameaçaria a paz e a
segurança na região".
A afirmação foi rejeitada por
Moscou. Questionado sobre a
possibilidade de usar as Forças
Armadas, Alexander Yakovenko, vice-ministro das Relações
Exteriores russo, disse que não
era algo em questão. Yakovenko advertiu que Moscou só aliviará a pressão sobre o presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, quando Tbilisi mudar
sua atitude. "A Rússia não quer
ser provocada, a Rússia quer
ser respeitada", disse.
Em entrevista à agência de
notícias Reuters, Saakashvili
disse que as medidas ordenadas pelo Kremlin são parte de
uma campanha contra estrangeiros que deflagrou uma onda
de xenofobia na Rússia. Para
agravar o clima de tensão, os
georgianos votaram ontem em
eleições municipais consideradas como um teste para o Movimento Nacional de Saakashvili.
O incidente que gerou a crise
foi resolvido após Tbilisi libertar os oficiais russos, presos sob
acusação de espionagem. Mas a
retórica pró-Ocidente e o flerte
com a Otan de Saakashvili têm
irritado cada vez mais Moscou,
que teme a expansão da aliança
militar ocidental a uma esfera
de influência que considera naturalmente sua. As relações
com a Rússia pioraram desde
que Saakashvili chegou ao poder, em 2003, após a chamada
Revolução Rosa.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Alemanha: Achada cova com 51 vítimas do nazismo Próximo Texto: EUA: Grupo amish enterra menina e perdoa atirador Índice
|