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Quito atribui a erro da Folha crise com Bogotá
DA REDAÇÃO
A Chancelaria do Equador
divulgou no sábado uma nota em que atribui a um erro
da Folha na transcrição da
entrevista do presidente Rafael Correa, publicada na última quinta-feira, parcela de
culpa pela decisão do presidente da Colômbia, Álvaro
Uribe, de cancelar sua presença na cúpula da Comunidade Andina (CAN), que será
realizada no dia 14 na cidade
equatoriana de Guayaquil.
Ao anunciar o cancelamento da viagem, na noite
de sexta-feira, Uribe disse
em comunicado que sua decisão se devia às declarações
"ofensivas" de Correa.
Na entrevista, quando
questionado se considerava
superada a crise com a Colômbia, após o ataque colombiano a uma base das
Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) no
Equador, em 1º de março,
Correa disse, segundo seus
assessores: "(...) houve uma
clara agressão deliberada,
desleal ao território equatoriano não por parte de um
país que consideramos irmão, mas de um governo que
considerávamos amigo".
No texto publicado pela
Folha foi incluído um "não"
que mudou o sentido da frase: "Esse caso nunca será superado porque há uma clara
agressão deliberada e desleal
ao território equatoriano por
parte de um país que consideramos irmão, porém tem
um governo que não consideramos amigo".
A reportagem voltou a ouvir a fita, e, apesar da fala rápida de Correa dificultar a
audição do trecho, constatou
que esse último "não" de fato
não foi dito por ele. O jornal,
no entanto, não conseguiu
detectar o primeiro "não"
que consta da nota equatoriana ("não de um país que
consideramos irmão").
Na entrevista publicada,
foi omitido trecho em que
Correa diz que "em todo caso, temos que olhar para a
frente e seguir", dando a entender que poderia haver
acordo com Bogotá. No sábado, o equatoriano reclamou
de Uribe não ter telefonado
para pedir esclarecimentos.
Na nota, a Chancelaria do
Equador diz que "comunicou a reclamação aos meios
de comunicação", mas a Folha não recebeu nenhum pedido de retificação.
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