São Paulo, quinta-feira, 06 de outubro de 2011

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Vitória de escritor é vista como um passo histórico

DE JERUSALÉM

Um passo histórico na luta pela separação entre Estado e religião em Israel.
Assim está sendo considerada por organizações de direitos civis do país a inédita decisão de uma corte de Tel Aviv de conceder ao escritor Yoram Kaniuk o direito de ser registrado como "sem religião", no lugar de judeu.
O veredicto criou enorme polêmica e reacendeu a eterna discussão em torno de um dos principais dilemas do Estado de Israel desde sua fundação -como ser ao mesmo tempo judeu e democrático.
Para os entusiastas do veredicto favorável a Kaniuk, a resposta é simples: democracia significa, por definição, separação total entre Estado e religião. Para os religiosos, é preciso preservar a influência dos tribunais religiosos.
O que mais incomoda os laicos é o monopólio religioso sobre temas civis, herança do sistema vigente durante o domínio do império otomano na antiga Palestina e também fruto de barganha política com os poderosos partidos judeus ortodoxos.
O exemplo mais gritante é a ausência de casamentos civis no país. Atualmente, judeus israelenses só podem se casar sob os auspícios das autoridades religiosas.
Uma lei aprovada no ano passado, considerada um importante marco jurídico, reconheceu as uniões civis como casamento para todos os fins. Mas a permissão só é dada a pessoas registradas como "sem religião".
Segundo a organização Nova Família, que luta contra o monopólio religioso, cerca de 3.000 israelenses viajam todo ano ao Chipre para casar-se no civil.
(MN)


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