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Posse será comovente, diz Bush
Presidente promete cooperar com Obama e consultá-lo sobre medidas a respeito da crise econômica
A 75 dias de deixar Casa Branca, republicano mudou regra para dar mais poder
a FBI e planeja diminuir
exigências ambientais
FABIANO MAISONNAVE
EM BOSTON (EUA)
A 75 dias de deixar o cargo
que assumiu há quase oito
anos, o presidente George W.
Bush disse ontem que os EUA
"fizeram história" ao eleger seu
adversário político Barack
Obama e prometeu "completa
cooperação" com seu sucessor.
"Não importa como depositaram seu voto, todos os americanos podem estar orgulhosos
de que fizeram história ontem
[anteontem]", disse Bush nos
jardins da Casa Branca, em
suas primeiras declarações
após a vitória de Obama.
Bush afirmou que a eleição
do primeiro presidente negro
do país demonstra o "triunfo da
história americana". "Este momento é especialmente encorajador para uma geração de
americanos que testemunharam a luta pelos direitos civis
com seus próprios olhos -e
quatro décadas mais tarde
vêem o seu sonho realizado."
Bush afirmou que a transmissão do cargo a Obama será
uma "visão comovente": "Sei
que milhões de americanos se
encherão de orgulho neste momento inspirador que tantos
esperaram por tanto tempo".
Autodenominado "presidente da guerra", Bush disse também que seu governo não baixará a guarda nas 11 semanas
que faltam até a posse do próximo presidente, em 20 de janeiro. "O governo norte-americano continuará vigilante em
cumprir sua mais importante
responsabilidade: proteger o
povo americano."
Sobre a transição, o impopular presidente republicano prometeu "continuar a lidar com
os assuntos públicos enquanto
o escritório permanecer sob
minha confiança" e assegurou
que Obama será "totalmente
informado sobre as decisões
importantes".
Em linha semelhante à de
Bush, a secretária de Estado
dos EUA, Condoleezza Rice,
disse que "uma das grandes coisas de representar este país é
que ele continua surpreendendo. Ele continua se renovando,
contra todas as probabilidades
e expectativas".
A funcionária negra mais importante do governo Bush
-chegou a ser cogitada como
provável candidata presidencial republicana- também prometeu colaborar com Obama
no período de transição. A Casa
Branca divulgou ontem os nomes da equipe responsável.
Transição
Se Bush mantiver a promessa
de consultar seu sucessor, falará com Obama várias vezes nos
próximos dias. Num momento
em que o futuro e o tamanho da
crise econômica ainda são incertos, o republicano terá uma
intensa agenda até o final do
mandato.
Daqui a nove dias, o presidente americano receberá em
Washington colegas de 20 países, entre os quais o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva para
discutir a crise econômica. A
expectativa dos diferentes governos é de que a reunião consiga ao menos definir linhas gerais para uma ação coordenada.
Em editorial publicado anteontem, o jornal "New York
Times" diz que Bush acaba de
tomar decisões ou está promovendo mudanças em várias
áreas, como direitos civis, meio
ambiente, reforma tributária e
novas restrições ao aborto.
O "Times" lembra que o secretário de Justiça dos EUA,
Michael Mukasey, preparou no
mês passado novas orientações
que permitem a agentes do FBI
lançar mão de recursos intrusivos para obter informações
mesmo contra cidadãos americanos contra os quais não há
suspeitas de irregularidades.
Outro exemplo mencionado
pelo jornal é a decisão a ser tomada nos próximos dias pela
Agência de Proteção do Meio
Ambiente sobre uma nova legislação que diminuiria as exigências de empresas geradoras
de eletricidade para diminuir a
emissão de poluentes em caso
de reformas para aumentar a
produção de energia.
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