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Após êxito, oposição manobra para se encastelar no poder
Governadores, a maioria republicanos, controlarão redivisão de distritos para próxima eleição congressual
Processo ocorre a cada dez anos e é marcado por divisão geográfica "criativa'; reflexo se dará na eleição de 2012
J. Scott Applewhite/Associated Press
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Barack Obama e sua mulher, Michelle, deixam a Casa Branca para iniciar viagem à Índia
ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
A conquista republicana
de governos estaduais nos
EUA na última terça-feira
adicionou mais um problema à lista do presidente Barack Obama, desta vez com
impacto direto na próxima
eleição, em 2012.
A oposição terá nas mãos o
redesenho dos distritos eleitorais pós-Censo 2010, em
uma chance única de se perpetuar no poder. Cada distrito elege um deputado.
O redesenho é oficialmente feito em resposta a mudanças populacionais medidas
pelo censo, o que ocorre uma
vez por década.
O número de deputados de
cada Estado é determinado
de acordo com o tamanho da
população.
As mudanças em geral são
feitas pelas Assembleias locais e pelos governadores
(em apenas 8 dos 50 Estados
o Executivo não participa).
E é um fenômeno político
comum o partido local majoritário usar as fronteiras de
forma a garantir mais votos
para si em cada área.
A manobra é feita riscando
o mapa de forma a incluir ou
excluir eleitores de determinado partido ou faixa demográfica com a intenção de aumentar as chances do grupo
no poder.
Há inclusive um termo para isso -"gerrymandering",
referência a Elbridge Gerry,
governador de Massachusetts no século 19 que primeiro adotou a prática.
"O desenho dos distritos
essencialmente permite que
legisladores escolham seus
eleitores antes mesmo de disputar a eleição", disse Dick
Dadey, diretor executivo da
ONG Citizens United.
Republicanos comandarão a partir de janeiro pelo
menos 29 governos estaduais. O grupo bipartidário
Election Data Services estima
que cerca de 19 Estados verão
mudança em sua representatividade depois do censo.
Em Michigan, Ohio e Pensilvânia, que devem perder
vagas, haverá republicanos
no poder para decidir quais
distritos serão eliminados.
No Texas e na Flórida, que
devem ganhar vagas, escolherão onde criar fronteiras.
Alguns analistas estimam
que o redesenho dos distritos, que será feito em 2011,
poderá oferecer aos republicanos um ganho de mais 30
vagas na Câmara.
DIVISÃO PARTIDÁRIA
O Partido Republicano
também teve ganhos históricos em assembleias locais.
Estima-se que ao final da
apuração terão controle sobre o maior número de Legislativos estaduais desde 1928.
Para Tim Storey, da Conferência Nacional de Legislaturas Estaduais, republicanos
terão poder para redesenhar
sozinhos 190 distritos, contra
70 de democratas.
O resto será planejado por
governos com câmaras dividas ou comissões externas. O
resultado, para Mattew Frankel, do instituto Brookings, é
que aumentará também a divisão entre os partidos.
Quanto mais conseguem
tornar um distrito favorável a
um partido, menos os candidatos precisam se preocupar
em agradar eleitores opositores e independentes.
"Sem temores de uma luta
eleitoral dura, há menos incentivo para membros do
Congresso para moderar
suas posições", afirmou
Frankel.
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