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Em 1 ano, patrimônio dos congressistas aumenta US$ 85 mi
Fortuna só no Senado é estimada em US$ 680 milhões; 54 senadores possuem renda superior a US$ 1 milhão
Bens como obras de arte e antiguidades não entram; valores são declarados por faixa e acabam subestimados
DE WASHINGTON
Quando os americanos reclamam que os políticos de
Washington estão distantes
da realidade, em um ponto
têm razão: congressistas,
mesmo com a crise econômica, estão cada vez mais ricos.
Após a eleição de meio de
mandato presidencial mais
cara da história -mais de
US$ 4 bilhões gastos em campanhas em todos os níveis-,
uma análise da lista dos 50
congressistas mais ricos de
Washington mostra que eles
acumularam mais de US$ 1,4
bilhão nas declarações de
renda entregues em 2010.
É um aumento de US$ 85,1
milhões em relação a 2009. A
lista tem 27 democratas e 23
republicanos -30 são deputados e 20, senadores.
Proporcionalmente, o Senado no formato atual dá
exemplo de enriquecimento.
Estudo do jornal "Roll Call"
sobre as declarações financeiras do Senado em 2010
mostra que mais de metade
dos senadores aumentou
suas fortunas desde 2009.
No total, 54 senadores disseram ter bens avaliados em
no mínimo US$ 1 milhão. Outros quatro ficaram de fora do
"clube dos milionários" por
menos de US$ 100 mil.
A contagem mais conservadora sobre quanto acumulam os senadores ficou em
US$ 680 milhões, aumento
superior a 4% em relação ao
declarado no ano passado.
E é muito provável que os
valores subestimem a fortuna real, pois na declaração é
possível colocar o valor de
bens por faixas mínimas.
Por exemplo: o senador e
empresário Herb Kohl (democrata de Wisconsin) é listado como um dos mais pobres, mas deve ser um dos
mais ricos.
Ele é dono do time de basquete da NBA Milwaukee
Bucks, declarado como valendo "ao menos US$ 50 milhões". O valor real do time,
segundo a revista "Forbes", é
de mais de US$ 250 milhões.
Pelas declarações, o congressista mais rico é o democrata John Kerry (Massachusetts), que listou fortuna de
US$ 188 milhões (US$ 20 milhões a mais que em 2009).
Vários outros senadores
notaram aumento de suas
contas bancárias por conta
de heranças, o que indica
que não só são ricos como
vêm de famílias abastadas
-bem longe de "main
street", como aludem aos
americanos comuns de pequenas cidades do país.
As declarações de renda
dos congressistas ainda deixam de fora bens como propriedades não produtivas,
obras de arte, antiguidades e
itens de colecionador.
E no que depender dos
candidatos que chegaram ao
Capitólio em 2010, o cenário
não vai mudar muito: todos
os dez membros mais ricos
do Congresso em 2010 continuarão lá no ano que vem.
Os deputados Darrell Issa
e Jane Harman (Califórnia),
Michael McCaul (Texas), Jared Polis (Colorado) e Vern
Buchanon (Flórida) conseguiram se reeleger. Já os senadores Kerry, Jay Rockefeller, Mark Warner, Frank
Lautenberg e Diane Feinstein
não disputaram neste ano
(um terço do Senado é renovado a cada dois anos).
Não faltaram também candidatos milionários. Fortunas pessoais de aspirantes ao
Congresso despejaram US$
153 milhões em campanhas.
Mas nem sempre o dinheiro adiantou: a campeã de
gastos foi a derrotada Linda
McMahon, candidata republicana ao Senado por Connecticut, que investiu US$ 22
milhões do próprio bolso.
(ANDREA MURTA)
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