São Paulo, sábado, 06 de novembro de 2010

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Sarkozy ordena investigações contra jornalistas, diz jornal

Segundo semanário, francês pede que agência descubra fontes

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, chefia em pessoa uma equipe de agentes encarregada de espionar jornalistas que produzem matérias embaraçosas ao seu governo para descobrir as suas fontes, segundo o semanário local "Le Canard Enchainé".
Nos últimos meses, ainda de acordo com o veículo, o mandatário francês regularmente ordenou à agência de segurança doméstica que fizesse investigações sobre a origem de dados do governo repassados aos repórteres.
Os pedidos seriam feitos diretamente ao chefe da Divisão Central de Inteligência (DCRI, na sigla em francês), Bernard Squarcini, um aliado próximo do presidente.
Segundo o semanário, os pedidos ocorreram sempre que histórias embaraçosas para Sarkozy e governo foram reveladas na imprensa.
Recentemente, ao menos três jornalistas que publicaram matérias críticas ao governo tiveram computadores ou seus pertences furtados.
O presidente francês é acusado de receber, por meio do seu atual ministro do Trabalho, Eric Woerth, doações ilegais da bilionária família Bettencourt, herdeira da companhia de cosméticos L'Oreal.
O governo negou as acusações do "Le Canard Enchainé", qualificando-as de "ridículas e absurdas", e a DCRI oficialmente negou ter recebido ordens nesse sentido.
O ministro do Interior, Birce Hortefeux, disse que "não há polícia política" no país. Segundo ele, "o objetivo da DCRI não é perseguir jornalistas, mas deter terroristas".
Fontes anônimas da própria agência de inteligência, no entanto, confirmaram a ocorrência de pedidos de investigações pelo governo.

"LE MONDE"
Em setembro, o jornal "Le Monde" apresentou ação à Justiça em que acusa o presidente de ter violado a lei de liberdade de imprensa ao ordenar que a DCRI chegasse à fonte do caso Bettencourt.
O jornal diz ter sido vítima de ao menos cinco violações de sigilo de fontes por meio de escutas telefônicas. O governo admite ter feito investigações, mas todas elas mediante autorização judicial.


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