São Paulo, domingo, 06 de novembro de 2011 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Rio tem protesto sem líderes nem metas concretas RODRIGO RÖTZSCH DO RIO Eles não precisam saber para aonde vão -só precisam ir. Ou, no caso, ficar. Há 16 dias, dezenas de jovens acampam na Cinelândia, palco histórico de manifestações políticas no centro do Rio. Na sexta-feira à tarde, a Folha contou 107 barracas no local -embora nem todas parecessem ocupadas. Inspirado no "Ocupe Wall Street", o "Ocupa Rio" exacerba sua vocação pluralista. Para acomodar todas as individualidades, o movimento não tem líderes, bandeiras coletivas e metas concretas. Cartazes espalhados na Cinelândia expõem insatisfação difusa com a corrupção, com a educação de má qualidade e até com a política de UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) do governo do Rio. Mas o fio condutor do movimento parece ser o vago desejo por "um mundo melhor", como a reportagem ouviu de vários acampados. No local, tudo é decidido por assembleias em que todos têm direito à voz. Mesmo individualmente, os participantes não parecem saber muito bem aonde querem chegar. Thiago Tomazine, 20, garçom desempregado, acha que o acampamento só deve acabar quando existirem "garantias mínimas". Quais? "Educação, saúde, trabalho e moradia para todos [os brasileiros, não os manifestantes]." Fabio Secco, 24, estudante de ciências sociais, diz que a força do movimento está nessa indefinição. "A gente não é um protesto, é um protótipo. Não sabemos o que podemos virar." Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Diplomacia redime Hillary Clinton com público nos EUA Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |