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Venda de comida e móveis atrai multinacionais
DO "FINANCIAL TIMES", EM MOSCOU
Com dezenas de milhares de
russos agora tendo posto pelo
menos um pé pela porta da sociedade de consumo, os investidores nacionais e internacionais começam a interessar-se
por outros setores além do petróleo e do gás. Aquisições feitas pela Coca-Cola e pela Heineken e uma grande fusão no
setor varejista doméstico figuram entre as maiores transações dos últimos 18 meses.
Os oligarcas russos identificaram o mercado de consumo
como oportunidade de crescimento em grande medida livre
do risco político e da ingerência
do Estado associados ao setor
energético. Mikhail Fridman,
presidente do conglomerado
Alfa Group, é um grande acionista na joint venture petrolífera TNK-BP, mas tem exposição
junto aos consumidores por
meio do banco Alfa e de uma
participação no grupo de telefonia celular Vimpelcom.
Em abril passado, Fridman
lançou sua maior investida até
agora no mercado de consumo,
fundindo sua rede de supermercados Perekryostok com a
rede de descontos de São Petersburgo Pyaterochka, para
criar a maior rede alimentar varejista da Rússia, com quase
900 lojas e a meta de chegar a
US$ 6 bilhões em vendas
anuais até o próximo ano.
A francesa Auchan, as alemãs
Rewe e Metro e a turca Migros
Turk ingressaram no mercado
alimentício russo. A rede francesa Leroy Merlin, a alemã OBI
e a britânica Kingfisher disputam os rublos dos consumidores no setor dos materiais de
construção e artigos para o lar.
A sueca Ikea vem desempenhando papel pioneiro, ao desenvolver não apenas suas lojas
próprias de móveis mas também shoppings que abrigam cinemas de salas múltiplas e praças de alimentação.
Empresas estrangeiras já dominam alguns segmentos do
consumo. A Scottish & Newcastle e a Carlsberg -que, juntas, são donas da Baltika, líder
do mercado-, ao lado da InBev
e da Heineken, controlam boa
parte de um mercado de cerveja que dobrou de volume desde
1999, tornando-se o quinto
maior do mundo.
Os setores de entretenimento e de viagens também devem
crescer. Cardápios de restaurantes em toda a Europa já começam a ganhar traduções em
russo, e a Turquia e o Egito estão se tornando para os russos
o que a Espanha foi para os britânicos na década de 1970.
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