São Paulo, domingo, 07 de janeiro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Venda de comida e móveis atrai multinacionais

DO "FINANCIAL TIMES", EM MOSCOU

Com dezenas de milhares de russos agora tendo posto pelo menos um pé pela porta da sociedade de consumo, os investidores nacionais e internacionais começam a interessar-se por outros setores além do petróleo e do gás. Aquisições feitas pela Coca-Cola e pela Heineken e uma grande fusão no setor varejista doméstico figuram entre as maiores transações dos últimos 18 meses.
Os oligarcas russos identificaram o mercado de consumo como oportunidade de crescimento em grande medida livre do risco político e da ingerência do Estado associados ao setor energético. Mikhail Fridman, presidente do conglomerado Alfa Group, é um grande acionista na joint venture petrolífera TNK-BP, mas tem exposição junto aos consumidores por meio do banco Alfa e de uma participação no grupo de telefonia celular Vimpelcom.
Em abril passado, Fridman lançou sua maior investida até agora no mercado de consumo, fundindo sua rede de supermercados Perekryostok com a rede de descontos de São Petersburgo Pyaterochka, para criar a maior rede alimentar varejista da Rússia, com quase 900 lojas e a meta de chegar a US$ 6 bilhões em vendas anuais até o próximo ano.
A francesa Auchan, as alemãs Rewe e Metro e a turca Migros Turk ingressaram no mercado alimentício russo. A rede francesa Leroy Merlin, a alemã OBI e a britânica Kingfisher disputam os rublos dos consumidores no setor dos materiais de construção e artigos para o lar.
A sueca Ikea vem desempenhando papel pioneiro, ao desenvolver não apenas suas lojas próprias de móveis mas também shoppings que abrigam cinemas de salas múltiplas e praças de alimentação.
Empresas estrangeiras já dominam alguns segmentos do consumo. A Scottish & Newcastle e a Carlsberg -que, juntas, são donas da Baltika, líder do mercado-, ao lado da InBev e da Heineken, controlam boa parte de um mercado de cerveja que dobrou de volume desde 1999, tornando-se o quinto maior do mundo.
Os setores de entretenimento e de viagens também devem crescer. Cardápios de restaurantes em toda a Europa já começam a ganhar traduções em russo, e a Turquia e o Egito estão se tornando para os russos o que a Espanha foi para os britânicos na década de 1970.


Texto Anterior: Artigo: O fim da URSS, 15 anos depois
Próximo Texto: Abbas declara ilegal milícia do Hamas e aumenta a tensão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.