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Sob protesto, presidente da Geórgia é reeleito
Oposição vê fraude e reúne manifestantes contra vitória de Saakashvili, apesar de aval de observadores
DA REDAÇÃO
Em meio a protestos da oposição que voltaram a encher as
ruas de Tbilisi, a Comissão
Eleitoral da Geórgia confirmou
ontem a vitória do presidente
do país, Mikhail Saakashvili,
nas eleições do último sábado.
Mesmo antes do resultado final, manifestantes antigoverno
já acusavam o presidente de
vencer por meio de fraudes.
O pró-ocidental Saakashvili
ordenou eleições antecipadas
após decretar estado de emergência, em 7 de novembro de
2007, a fim de lidar com protestos comandados pela oposição.
Nas manifestações de então,
ele foi acusado de liderar um
governo centralizador, que não
tolera a dissensão e que foi enfraquecido pela corrupção em
altos escalões bem como por
abusos cometidos pela polícia e
pela Procuradoria.
A eleição ocorreu quase um
ano antes do fim do mandato
atual de Saakashvili. Ele venceu
com 52,8% dos votos, maioria
que torna desnecessária a organização do segundo turno. Seu
principal concorrente, o legislador e empresário Levan Gachechiladze, 43, obteve 27%.
A derrota de Gachechiladze
enterra também -ao menos
por enquanto- sua proposta
de implementar o parlamentarismo no país. Ele prometeu
contestar a reeleição de Saakashvili na Justiça e manter a
oposição nas ruas caso isso não
dê resultados.
"Saakashvili perdeu e a Geórgia não pode deixar de defender
sua liberdade. Não podemos
deixar de vencer", disse Gachechiladze a cerca de 5.000 simpatizantes em Tbilisi.
Suspeitas
"Não vamos ceder nem um
passo. No mínimo, exigimos
um segundo turno. Após o Natal [ortodoxo, celebrado hoje
na Geórgia], renovaremos nossa luta por meios políticos pacíficos", afirmou Koba Davitashvili, representante da oposição
unificada de Gachechiladze.
Os manifestantes antigoverno declararam no protesto de
ontem ter provas de que a eleição foi roubada. Eles afirmam
que ônibus urbanos foram desviados para levar partidários de
Saakashvili para votar mais de
uma vez em distritos eleitorais
diferentes.
A Rússia, que tem uma relação desgastada com Saakashvili
e impôs ao país um bloqueio
econômico, também criticou
suas declarações de vitória.
Mas a missão de observação
da Organização para Segurança
e Cooperação na Europa (OSCE) declarou que a votação
cumpriu, em linhas gerais, com
os compromissos democráticos, apesar de alguns "desafios"
-como um "ambiente desigual
de campanha", com atividades
de governo se sobrepondo às de
candidato do presidente.
Aliados
A votação de sábado também
contou com um referendo sobre a entrada da Geórgia na
Otan (aliança militar ocidental), que deverá ser aprovada.
Saakashvili, 40, foi educado
na Universidade Columbia
(EUA) e já foi tido como ícone
da democracia nas ex-repúblicas da União Soviética. Mas ele
surpreendeu seus aliados ocidentais ao esmagar demonstrações da oposição no final de
2007, além de fechar uma estação independente de TV.
Próximo aos Estados Unidos,
o governo Saakashvili enviou
2.000 soldados ao Iraque. O governo nomeou uma rua em
Tbilisi em homenagem a George W. Bush.
Com agências internacionais
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