São Paulo, quinta-feira, 07 de janeiro de 2010

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Promotor pede prisão de cúpula militar por deportação de Zelaya

Pedido terá de ser avaliado pela Suprema Corte de Honduras; deposto vê tentativa de encobrir golpe

DA EFE

O Ministério Público hondurenho pediu ontem à Suprema Corte a prisão da cúpula das Forças Armadas pela expulsão do então presidente Manuel Zelaya do país durante o golpe de Estado que o depôs, em 28 de junho do ano passado.
A Promotoria confirmou que pediu à máxima instância da Justiça hondurenha a abertura de um processo contra a junta militar liderada pelo chefe das Forças Armadas, Romeo Vázquez, que destituiu Zelaya e o enviou à Costa Rica de pijamas.
Segundo o promotor responsável, Henry Salgado, o pedido para a emissão de mandados de prisão contra os militares "visa dar início aos interrogatórios" sobre o episódio. A deposição de Zelaya fora ordenada pela Suprema Corte e apoiada pelo Congresso hondurenho. A Constituição hondurenha, porém, veda expressamente a possibilidade de que qualquer cidadão do país seja deportado.
Salgado disse que apresentou o pedido por se tratar de "altos funcionários" do Estado e que pesam contra eles suspeitas de abuso de poder.
Zelaya foi deposto após uma tentativa frustrada de promover uma consulta sobre a realização de um referendo sobre uma Assembleia Constituinte, que seria realizado concomitantemente à eleição presidencial de novembro passado.
A medida, que não contava com o apoio das Forças Armadas, foi considerada ilegal pela Suprema Corte e o Congresso.
A destituição do presidente deu origem à crise política que já se arrasta por mais de seis meses. Expulso de Honduras, Zelaya só retornaria clandestinamente no final de setembro, quando abrigou-se na Embaixada do Brasil -onde se encontra até hoje.
Em declarações a meios locais, o general Vázquez disse ontem não ter conhecimento do pedido de prisão, mas afirmou estar disposto a se apresentar à Justiça.
Já Zelaya, que aguarda a expiração do seu mandato -no próximo dia 27, quando assume o presidente eleito no pleito de novembro, Porfirio Lobo- disse que a ação do Ministério Público contra a cúpula militar busca apenas "encobrir o golpe" de Estado que o depôs.

Sucessão
Lobo exortou ontem o presidente golpista, Roberto Micheletti, a deixar o posto até o próximo dia 15 para pôr fim à crise política que assola o país e defendeu o acordo costurado pelos EUA em outubro. Anteontem, Lobo se reuniu com o número dois da Chancelaria americana para a região, Craig Kelly -que esteve ainda com Zelaya e, ontem, com Micheletti.


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