São Paulo, sexta-feira, 07 de janeiro de 2011

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Israelenses cobraram propina em Gaza

Empresas pagavam para mercadorias entrarem, diz telegrama vazado pelo WikiLeaks

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Autoridades israelenses pediram propina de empresas americanas para a entrada de carregamentos de produtos na faixa de Gaza.
É o que afirma um documento de um alto funcionário da diplomacia americana em Israel. Datado de junho de 2006, foi vazado pelo site WikiLeaks, segundo o jornal norueguês "Aftenposten".
O texto diz que distribuidores de companhias como Coca-Cola, Caterpillar e Motorola reclamavam de corrupção na região.
"Alegações de corrupção no [terminal de cargas de] Karni têm uma longa história", diz o documento.
O telegrama, considerado "confidencial", também afirma que a corrupção era a causa para o acúmulo de carregamentos esperando para entrar em Gaza por Karni.
Localizado no norte de Gaza, Karni foi o principal ponto de entrada de mercadorias na região até a tomada da faixa pelo Hamas, em 2007.

PROPINA
O esquema de corrupção no terminal envolvia companhias de logística que trabalhavam como intermediárias para militares e funcionários do governo, informa o documento.
Ele sugere que pelo menos duas empresas -Coca-Cola e Westinghouse- pagaram propina, enquanto um representante da Caterpillar disse ter recusado dar US$ 2.667 (R$ 4.502) para a entrada de dois pequenos geradores de eletricidade em Gaza.
Segundo o distribuidor da Coca-Cola, foi pedido a ele o pagamento de US$ 3.000 (R$ 5.064) para cada carregamento de mercadorias que passasse por Karni.
Representantes de outras empresas, como Procter & Gamble, Philip Morris, Hewlett-Packard, Aramex e Dell, também reclamaram de corrupção a diplomatas.
De acordo com os diplomatas americanos, Yossef Mishlev, general israelense responsável pela unidade militar que à época cuidava da região, conhecia a existência do problema.
Também de 2006, um relatório do Banco Mundial chegou a dizer que problemas na operação de Karni propiciavam corrupção.
A autoridade aeroportuária de Israel, à época responsável pela entrada de mercadorias no terminal de Karni, negou que os episódios tenham ocorrido.
A Coca-Cola não se manifestou sobre a declaração do seu funcionário, assim como a unidade do Exército israelense responsável pelo controle das fronteiras de Gaza.


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