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SUCESSÃO NOS EUA/ DEMOCRATAS EMBOLADOS
Obama eleva tom contra Hillary
Senador diz que seria escolha melhor porque republicanos despejarão "caminhão de lixo" sobre adversária
Comando da campanha contesta estimativas da mídia americana e diz que candidato superou rival
em delegados à convenção
DO ENVIADO A CHICAGO (ILLINOIS)
Finda a Superterça, começou
a guerra verbal e dos números.
Pelo menos no campo de Barack Obama. O coordenador de
sua campanha, David Plouffe,
disse que foi o senador, e não
Hillary Clinton, quem saiu da
corrida de anteontem como o
líder em número de delegados.
Em entrevista ontem cedo
em Chicago, Plouffe afirmou
que o senador negro conseguiu
847 delegados, ante 834 da ex-primeira-dama, o que daria um
total até agora de respectivamente 910 e 882 até agora. São
necessários 2.025 para que um
dos concorrentes seja escolhido o candidato à Presidência do
Partido Democrata, na convenção nacional, em agosto.
A rede de TV CNN e os principais meios de comunicação
dos EUA davam vantagem para
a senadora em delegados. Os
números não são definitivos.
De qualquer maneira, a campanha de Obama trabalha com
a meta de levar a corrida até a
convenção, segundo disse um
assessor na noite de terça. A
idéia é chegar à reunião virtualmente empatado e usar a exposição na mídia norte-americana, que tem favorecido o senador negro, e a opinião pública,
onde ele tem o menor índice de
rejeição, para tentar virar o jogo junto aos chamados "superdelegados".
Foi com esse pano de fundo
de "vitorioso" lançado por sua
campanha que Obama recebeu
a imprensa ontem. Afirmou
acreditar que os eleitores de
Hillary Clinton votarão nele se
o seu nome for confirmado,
mas que não podia garantir o
mesmo em caso contrário.
Instado a comentar uma afirmação de Hillary, de que não se
deixaria ser vítima de ataques
como o que o senador John
Kerry sofreu quando era o candidato democrata em 2004
-herói de guerra, o então presidenciável foi chamado de
traidor numa série de comerciais de TV-, Obama foi duro.
"Eu terei de responder a isso
dizendo que a máquina de pesquisa dos Clinton é tão boa
quanto a de qualquer outro por
aí", disse, referindo-se às equipes mantidas pelas campanhas
para levantar sujeiras no passado dos adversários. "Eu garanto
a você, tendo passado o último
ano em competição com eles,
que eles não têm barreiras."
"Mas eu acho que é absolutamente verdadeiro", completou,
"que seja quem for o candidato
democrata, os republicanos o
vão perseguir. A noção de que a
senadora Clinton vai ser imune
a isso e que não há todo um caminhão de sujeira que eles não
vão despejar numa disputa entre ela e John McCain simplesmente não é verdadeira".
A entrevista aconteceu poucas horas depois de o candidato
fazer seu discurso de Superterça, num salão de um hotel no
centro de Chicago.
Ao som da música "Beautiful
Day", da banda irlandesa U2,
Obama e a mulher, Michelle,
subiram ao palco sob os gritos
de "Yes, we can", (Sim, nós podemos), que virou o grito de
guerra dos obamistas.
Em sua fala de quase meia
hora, o senador aproveitou para cutucar a rival. Ao dizer que a
eleição agora era entre "mudança" e "mais do mesmo",
Obama pediu que os eleitores
decidissem entre "uma candidata que recebeu mais dinheiro
de lobistas de Washington do
que qualquer republicano nesta corrida e uma campanha que
não levou um centavo deles,
porque recebeu dinheiro só de
vocês." (SÉRGIO DÁVILA)
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