São Paulo, segunda-feira, 07 de março de 2005

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Avança acordo no Iraque para formar governo

DA REDAÇÃO

Políticos iraquianos estabeleceram o dia 16 de março como o do início da legislatura do primeiro Parlamento democraticamente eleito da história moderna do país. Também parece estar se consolidando um acordo que levaria à formação do novo governo do país.
É cada vez mais provável que o curdo Jalal Talabani fique com a Presidência do país, cargo eminentemente cerimonial, e que o poderoso posto de primeiro-ministro vá para Ibrahim al Jaafari, xiita conservador e chefe do partido islâmico Dawa.
O acordo em princípio foi obtido depois que os curdos concordaram com a indicação de Jaafari e que ela foi chancelada pelo principal clérigo xiita do país, o grão-aiatolá Ali al Sistani.
"Essa era uma de nossas principais exigências. O acordo estabelece que Jalal Talabani fique com a Presidência e que um dos membros da Aliança Iraquiana Unida fique com o cargo de primeiro-ministro", afirmou Azad Jundiyan, porta-voz de Talabani.
Al Jaafari e a aliança concordaram em pôr Talabani na Presidência num encontro no último dia 3. Havia muito que os curdos reivindicavam o cargo para Talabani, líder da União Patriótica do Curdistão.
A aliança, que tem 140 cadeiras na Assembléia Nacional, precisa dos 75 escaninhos obtidos pela coalizão curda para chegar aos 2/3 necessários para formar um novo governo.
O premiê interino, Iyad Allawi, que controla 40 cadeiras na Assembléia, também vinha negociando para tentar manter seu emprego.
O mais provável agora é que o cargo de presidente da Assembléia vá para um árabe sunita, o presidente interino, Ghazi al Yawer, ou o ministro interino da Indústria, Hajim al Hassani. A concessão desse posto a um sunita visa a contentar representantes dessa minoria étnica, que, como os curdos, representa de 15% a 20% da população. São os sunitas que constituem o núcleo da resistência aos EUA.


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