Medida, que muda política para o Líbano, começou com reunião em janeiro e foi comunicada aos EUA

DA REDAÇÃO

Em mudança de estratégia no Oriente Médio, o Reino Unido voltou a dialogar com a ala política do Hizbollah, grupo xiita que integra o governo do Líbano e cujo braço militar é listado como terrorista por Washington e Londres. O ato foi bem recebido pelo Hizbollah.
O Reino Unido interrompera em 2005 os contatos com o Hizbollah -misto de milícia e partido com elos com Irã e Síria. Mas a Chancelaria britânica disse anteontem que seu embaixador em Beirute reuniu-se, em janeiro, com um parlamentar do grupo. E que quer se aproximar de outros legisladores do Hizbollah, para encorajá-lo a abandonar a violência.
Para o jornal "Guardian", a medida visa estimular os EUA a fazerem o mesmo.
O diplomata Bill Rammell disse que os contatos serão com políticos "cuidadosamente selecionados". A Chancelaria também ressaltou que tal diálogo não se aplicará ao palestino Hamas, que controla Gaza.
O Hizbollah respondeu que a revisão da política é "um passo na direção correta". "Veremos como isso se traduz na prática", declarou o porta-voz Ibrahim al Moussawi. Um dos líderes do Hizbollah, Mahmoud Komati, disse que Londres tentava contato há um ano, "mas pedia segredo". "Se querem diálogo, que seja público", agregou.
A ala militar do grupo seguirá ilegal para Londres. Mas o Hizbollah em si não faz tal distinção entre suas alas. O grupo xiita, criado em 1982 para combater a ocupação israelense no sul do Líbano, hoje tem 14 assentos no Parlamento libanês, um ministério e poder de veto em temas importantes.