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LADO DE SADDAM
Regime aumenta dimensão de ganhos e oferece US$ 8.000 por destruição de tanques
Iraque tenta se mostrar vitorioso
DA REDAÇÃO
Apesar de cercado em Bagdá e
perdendo o controle sobre quase
todo o restante do Iraque, o regime do ditador iraquiano, Saddam
Hussein, tentava ontem provar à
própria população que estava
saindo vitorioso no campo de batalha contra as forças dos EUA.
Em declarações, autoridades
iraquianas procuraram minimizar as baixas nos confrontos e superdimensionar supostas conquistas das forças iraquianas nas
batalhas ocorridas ontem, ao redor da capital.
O ministro da Informação iraquiano, Mohammed Said al
Sahhaf, advertiu os moradores de
Bagdá a tomarem cuidado "com
os rumores e mentiras" difundidos pelos americanos.
"Abram os olhos e mantenham
as mentes alertas para diferenciar
o que é informação e o que é mentira", disse o ministro, que tem
servido de porta-voz do regime de
Saddam desde a eclosão da guerra, realizando comunicados e
concedendo entrevistas quase
diariamente.
Para incentivar os iraquianos a
resistirem aos ataques da coalizão
anglo-americana, o regime de
Saddam também decidiu oferecer
recompensas a quem conseguir
provocar baixas entre americanos
e britânicos.
Recompensa
Em comunicado lido na rede de
TV estatal iraquiana, atribuído a
Saddam, é oferecido 15 milhões
de dinares (cerca de US$ 8.000) a
quem destruir um tanque ou blindado das forças da coalizão.
O regime de Saddam busca
sempre ressaltar o episódio no
qual supostamente um agricultor
iraquiano conseguiu derrubar um
helicóptero Apache com um fuzil
antigo para mostrar que, apesar
de mais fraco, o Iraque pode vencer a coalizão. Os EUA não confirmaram o incidente.
Os iraquianos afirmaram ontem que oitos tanques americanos foram destruídos e dois helicópteros derrubados pelas forças
do Iraque e cerca de 50 soldados
dos EUA teriam sido mortos nas
batalhas nos arredores da capital
iraquiana.
Os jornalistas foram levados para um local onde havia um tanque
dos EUA destruído. Ao redor, iraquianos entoavam gritos de "longa vida a Saddam" e "morte a
Bush e Blair".
A batalha teria ocorrido a cerca
de 25 km do centro de Bagdá, em
uma estrada que leva para Mahmoudiya, ao sul da cidade.
"Oito tanques americanos tentaram entrar em Bagdá vindos de
Mahmoudiyah e nós os enfrentamos, destruindo todos os tanques
e matando quatro soldados", disse o general iraquiano Mohammed Jasim.
Sobre o paradeiro dos outros sete tanques, autoridades iraquianas no local afirmaram que eles
haviam sido removidos. O único
tanque dos EUA no local estava
destruído.
Mais tarde, autoridades americanas, comentando o episódio,
disseram que nenhum tanque foi
destruído pelos iraquianos. Na
realidade, dizem os EUA, um dos
tanques sofreu problemas mecânicos e foi abandonado. Para que
os iraquianos não o utilizassem,
aviões dos próprios EUA dispararam contra ele para inutilizá-lo.
Os demais tanques teriam retornado sem problemas após concretizada a missão.
O ministro Sahhaf afirmou que
50 americanos foram mortos em
combate perto do aeroporto internacional de Bagdá. "Matamos
50 soldados inimigos e derrubamos dois Apaches", disse o ministro da Informação.
As tropas da Guarda Republicana, a força de elite leal a Saddam,
ainda combatem os inimigos, de
acordo com Sahhaf. O ministro
disse ainda que todos os ataques
dos EUA visam civis.
O ditador iraquiano apareceu
ontem em imagem ao lado dos filhos Uday e Qusay. Não é possível
determinar se as imagens eram
recentes ou gravadas antes da
eclosão da guerra. Nas cenas, Saddam não dá nenhuma declaração.
Com agências internacionais
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