São Paulo, quarta-feira, 07 de abril de 2004

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TERROR

Plano visaria matar civis num local fechado, provavelmente em Londres

Agentes evitam ataque químico a britânicos, diz BBC

DA REDAÇÃO

Em operações ocorridas no Reino Unido e nos EUA, agentes secretos impediram a realização de um atentado com uma bomba química a um alvo no Reino Unido, segundo informação divulgada ontem pela rede britânica BBC.
O plano terrorista previa a detonação de uma combinação de explosivos com um produto químico chamado tetróxido de ósmio, ainda de acordo com a BBC. Especialistas afirmaram à rede de mídia britânica que, em estado gasoso, a combinação poderia ser letal num lugar fechado.
Os autores do plano são simpatizantes dos objetivos da rede terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden, e tinham a intenção de cometer um atentado contra civis britânicos, provavelmente em Londres, segundo disseram autoridades à BBC.
O produto químico é usado em pesquisas científicas legalmente, porém é gravemente nocivo aos olhos, aos pulmões e à pele dos seres humanos.
O plano foi descoberto depois que agentes secretos americanos e britânicos interceptaram conversas entre seus autores. Autoridades britânicas não crêem que o grupo tenha conseguido comprar o produto químico.
O objetivo dos supostos terroristas seria explodir uma bomba química num local de grande circulação de pessoas, provavelmente num imóvel fechado. O Reino Unido está em estado de alerta desde os atentados ocorridos em Madri, em 11 de março passado, que mataram 191 pessoas.
Recentemente, o chefe da Polícia Metropolitana de Londres, John Stevens, disse que um ataque a algum alvo na capital seria inevitável. Mas o ministro do Interior, David Blunkett, tem tentado minimizar a ameaça.
De acordo com o professor de toxicologia Alastair Hay, da Universidade de Leeds, o tetróxido de ósmio não tem o perfil de um produto usado normalmente para produzir armas químicas ou bombas sujas.

Restante da Europa
A maioria dos países europeus tomou medidas especiais de segurança para proteger sua população e turistas estrangeiros durante a Páscoa.
A Itália, que -como o Reino Unido, a Espanha e a Polônia- apoiou a invasão do Iraque pela coalizão liderada pelos EUA, teme ser alvo de uma ação terrorista durante a Semana Santa, quando milhares de turistas italianos e estrangeiros visitam o Vaticano.
Autoridades italianas reforçaram o aparato de segurança nos aeroportos, nas estações ferroviárias, nos portos, nos monumentos, nas igrejas e nos hotéis de Roma. Segundo o Ministério do Interior, 12 mil agentes de segurança, policiais e agentes especiais participam da operação, que tem como objetivo proteger 8.000 alvos potenciais.
Na Espanha, o Exército foi destacado para proteger usinas nucleares e a rede ferroviária. A polícia ficou responsável pelo patrulhamento do metrô de Madri.
Um promotor espanhol pediu ontem que novos mandados de prisão fossem expedidos, pois alguns suspeitos de participação nos atentados de 11 de março passado ainda estão foragidos. Por enquanto, ao menos 20 suspeitos foram detidos.


Com agências internacionais


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