São Paulo, terça-feira, 07 de abril de 2009

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Sismólogo diz ter previsto tremor; experts contestam

MÁRCIA SOMAN MORAES
DA FOLHA ONLINE

O sismólogo Giampaolo Giuliani, do Instituto de Astrofísica da Itália, previra para 29 de março um terremoto na região de Abruzzo, a partir do movimento de gases no subsolo. Mas Giuliani foi desacreditado pelas autoridades, e seu método é questionado por especialistas.
"Dias atrás, notamos um forte aumento no nível de radônio [gás radioativo no solo]. E isso significa um forte terremoto", disse Giuliani ao "Corriere della Sera". Há cerca de um mês, com alto-falantes, Giuliani sugeriu aos moradores da região que abandonassem suas casas. A Defesa Civil italiana acusou-o de "disseminar o pânico".
Ontem, o sismólogo seguia defendendo que sua previsão estava certa, apesar de antecipar a data em uma semana, e exigia do governo italiano um pedido público de desculpas.
Mas especialistas ouvidos pela Folha Online sustentam que é impossível prever terremotos, já que não há método garantido ou de consenso na comunidade científica.
"Não é possível dizer exatamente onde [ocorrerá um abalo], quando e qual sua magnitude", diz Warner Marzocchia, cientista-chefe do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV) da Itália e coordenador do Estudo Cooperativo de Previsibilidade de Terremotos. "Há estudos sobre possíveis alertas, como gás radônio, campos eletromagnéticos, comportamento animal. Mas não há provas de eficácia para casos diversos."
A dificuldade é a ausência de padrões, explica o brasileiro Cristiano Chimpliganond, do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília. Ele cita o caso da falha de San Andreas (EUA), onde há anos se prevê um terremoto devastador iminente que não ocorreu.
O máximo que se pode fazer por enquanto, sugerem especialistas, é aumentar a vigilância em áreas onde há grande probabilidade de sismos.


Com agências internacionais



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