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Sismólogo diz ter previsto tremor; experts contestam
MÁRCIA SOMAN MORAES
DA FOLHA ONLINE
O sismólogo Giampaolo Giuliani, do Instituto de Astrofísica
da Itália, previra para 29 de
março um terremoto na região
de Abruzzo, a partir do movimento de gases no subsolo. Mas
Giuliani foi desacreditado pelas
autoridades, e seu método é
questionado por especialistas.
"Dias atrás, notamos um forte aumento no nível de radônio
[gás radioativo no solo]. E isso
significa um forte terremoto",
disse Giuliani ao "Corriere della Sera". Há cerca de um mês,
com alto-falantes, Giuliani sugeriu aos moradores da região
que abandonassem suas casas.
A Defesa Civil italiana acusou-o
de "disseminar o pânico".
Ontem, o sismólogo seguia
defendendo que sua previsão
estava certa, apesar de antecipar a data em uma semana, e
exigia do governo italiano um
pedido público de desculpas.
Mas especialistas ouvidos
pela Folha Online sustentam
que é impossível prever terremotos, já que não há método
garantido ou de consenso na
comunidade científica.
"Não é possível dizer exatamente onde [ocorrerá um abalo], quando e qual sua magnitude", diz Warner Marzocchia,
cientista-chefe do Instituto
Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV) da Itália e
coordenador do Estudo Cooperativo de Previsibilidade de
Terremotos. "Há estudos sobre
possíveis alertas, como gás radônio, campos eletromagnéticos, comportamento animal.
Mas não há provas de eficácia
para casos diversos."
A dificuldade é a ausência de
padrões, explica o brasileiro
Cristiano Chimpliganond, do
Observatório Sismológico da
Universidade de Brasília. Ele
cita o caso da falha de San Andreas (EUA), onde há anos se
prevê um terremoto devastador iminente que não ocorreu.
O máximo que se pode fazer
por enquanto, sugerem especialistas, é aumentar a vigilância em áreas onde há grande
probabilidade de sismos.
Com agências internacionais
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